Primeiro-ministro da Albânia gera polêmica com ministra digital grávida de 83 filhos

Durante a conferência Global Dialogue em Berlim nesta semana, o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, fez uma declaração polêmica ao afirmar, em tom de brincadeira, que a ministra de Inteligência Artificial, uma funcionária totalmente digital chamada Diella, estaria “grávida de 83 filhos”. Rama explicou que esses “bebês” seriam assistentes virtuais destinados a ajudar os deputados do Partido Socialista no Parlamento albanês.

A ministra digital Diella e a criação por IA

Apresentada oficialmente em janeiro, Diella foi desenvolvida pela Agência Nacional de Sociedade da Informação em parceria com a Microsoft. Inicialmente, ela funcionava como um chatbot no portal de serviços públicos e já auxiliou mais de um milhão de solicitações de cidadãos e empresas. Sua versão aprimorada, Diella 2.0, com voz e avatar animado vestido com trajes tradicionais albaneses, foi promovida a ministra de Inteligência Artificial pelo governo, encarregada de supervisionar contratos públicos com empresas privadas.

Controvérsia e questões constitucionais

A decisão gerou debates, pois a Constituição da Albânia exige que ministros sejam pessoas físicas. Apesar disso, um decreto presidencial concedeu a Rama autoridade plena para criar o cargo e nomear Diella. Segundo o primeiro-ministro, a atual atuação da assistente virtual é legítima e visa combater a corrupção, além de tornar os processos governamentais mais eficientes e transparentes.

Declarações de Rama e a reação do parlamento

Rama afirmou que “pela primeira vez, Diella está grávida, e com 83 filhos”, explicando que cada um deles ajudará os parlamentares a acompanhar reuniões, fazer registros e sugerir ações durante as sessões. Ele acrescentou que esses assistentes virtuais monitorarão atividades até 2026, mesmo na ausência dos deputados. Em sua mensagem de vídeo, Diella afirmou que “o verdadeiro perigo às constituições nunca foram as máquinas, e sim as decisões desumanas de quem está no poder”.

Enquanto parte dos deputados aplaudiu a fala da ministra digital, opositores reagiram com protestos, batendo nas mesas em sinal de desaprovação, questionando a constitucionalidade e a sensatez de um governo que nomeia uma IA como ministra.

Repercussões internacionais e debates éticos

A nomeação de Diella propiciou ampla repercussão, levantando dilemas sobre a democracia digital e os limites da inteligência artificial no poder. O caso foi destacado pelo tabloide britânico Daily Mail e é tema de análises acadêmicas, que discutem as implicações de usar assistentes virtuais para cargos de alta responsabilidade.

Segundo especialistas, a iniciativa da Albânia desafia conceitos tradicionais de representação política e abre espaço para discussões sobre a real definição de responsabilidade e decisão democrática na era da inteligência artificial. O governo insiste que Diella será apenas uma ferramenta de apoio, enquanto críticos alertam para os riscos de desumanização e controle excessivo por máquinas.

Próximos passos e limites legais

Apesar da controvérsia, Rama anunciou que o governo continuará a utilizar Diella na administração pública, mesmo sem reconhecimento formal na lista oficial de ministros. A questão permanece no centro do debate sobre ética, legalidade e o papel da tecnologia nas democracias. A expectativa é que novas regulamentações sejam discutidas para definir os limites dessa presença digital no poder político.

Para mais detalhes sobre o caso, acesse a fonte neste link.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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