Prefeito de Macapá agride jornalistas ao ser questionado sobre obra

Neste domingo (17), um incidente envolvendo o prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB-AP), e uma equipe de jornalistas gerou repercussão nas redes sociais e nos meios de comunicação. Durante uma vistoria em um hospital municipal, Furlan foi abordado pelo jornalista Heverson Castro, do Portal Amapá, que o questionou sobre a entrega atrasada de uma obra anunciada em 2023. A resposta do prefeito foi violenta, com gravações mostrando Furlan tentando aplicar um mata-leão em um dos integrantes da equipe de reportagem.

Qual o contexto da agressão?

O incidente ocorreu enquanto Heverson Castro se aproximava do prefeito para solicitar uma entrevista. O jornalista iniciou a conversa perguntando sobre os atrasos na obra do hospital. “O senhor lançou essa obra em 2023. O que está acontecendo? Porque a gente já está em 2025 e essa obra está demorando”, questionou Heverson. A insistência na pergunta irritou Furlan, que reagiu com risadas, mas em seguida, atacou um terceiro integrante da equipe, o cinegrafista Iran Froes, tentando imobilizá-lo.

Segundo informações, o cinegrafista estava filmando o evento, e alguns membros da equipe de jornalistas tentaram registrar a confusão, que foi rapidamente contornada por pessoas que cercavam o prefeito. Em um momento de desespero, o grupo parece ter tentado remover o celular de Froes, mas não tiveram sucesso. O clima tenso resultou em uma situação que poderia ter sido muito mais grave.

Reações e posicionamentos

Muito se discutiu sobre a agressão em diversos meios de comunicação e nas redes sociais. Em um comunicado, a prefeitura de Macapá divulgou que o jornalista e seus companheiros interromperam uma atividade oficial e agrediram verbalmente o prefeito, alegando na nota que a condição de agressores incluía até mesmo uma tentativa de agressão física. Além disso, informaram que duas servidoras públicas também foram alvo de verbalizações e que prestaram queixa na Delegacia da Mulher.

“A instituição reitera que não tolera nenhum tipo de violência, intimidação ou desrespeito que dificultem o trabalho realizado diariamente em prol da população. As medidas legais cabíveis já estão sendo tomadas para assegurar que os envolvidos sejam responsabilizados e que situações como esta não aconteçam”, diz a nota.

No entanto, a versão do governo foi contestada em entrevista ao portal de notícias MCP News pelo advogado Maurício Pereira, que representa a equipe de Heverson. Ele negou qualquer tipo de agressão por parte dos jornalistas, reafirmando que a conduta violenta partiu do prefeito e não do grupo que o questionou.

Impacto na liberdade de imprensa

Esse episódio levanta questões cruciais sobre a liberdade de imprensa e o direito de questionar autoridades públicas. Em momentos em que o diálogo entre a população e seus representantes é mais necessário do que nunca, ações como a do prefeito Furlan podem gerar um clima de temor entre jornalistas e cidadãos que querem fazer perguntas difíceis. A intimidatação pode resultar em um silêncio que prejudica a transparência e o funcionamento democrático da sociedade.

O papel do jornalista é fundamental para a manutenção da democracia, servindo como um elo entre o governo e a população. Situações de violência contra a imprensa não devem ser toleradas e, muito menos, incentivadas por autoridades públicas, pois enfraquecem a credibilidade das instituições e podem levar à autocensura entre profissionais da comunicação.

Conclusivamente, o incidente em Macapá é um alerta sobre os desafios enfrentados pela imprensa no exercício de sua função, fazendo necessário um debate amplo sobre o respeito à liberdade de expressão e à proteção dos jornalistas, bem como a importância da responsabilização de autoridades que agem de forma violenta.

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