Por que preferem os jovens?

São meras empresas arrecadadoras de dinheiro? São bandidos? São inescrupulosos? Possuem a maldade em suas personalidades? Os jovens são fáceis de serem enganados? Como diz Schopenhauer os jovens possuem apenas a vontade. O que é vontade de acordo com o filósofo alemão Schopenhauer? É o princípio fundamental da natureza, a força cega, incontrolável que move o mundo. Uma força que se manifesta em toda natureza, mas adquire características específicas nos seres humanos, cuja existência está subjugada a pressão universal da vontade.

Quem foi mesmo Schopenhauer? Um dos mais brilhantes filósofos e que acabamos de aprofundar um pouco mais os seus estudos. Devoramos por estes dias praticamente todas as suas publicações. Encontramos as respostas ao desprezo pela maturidade. Schopenhauer valoriza muito os gênios e a sua sabedoria chegando a dizer que os homens pensantes são os mais sofredores pela própria detenção do poder adquirido através do ato de conhecer profundamente e não apenas de forma superficial a existência humana. Arthur Schopenhauer é autor essencial para o pensamento contemporâneo. Influenciado, acima de tudo, por Platão e Kant, ele escreve de maneira clara para falar de ideias complexas, a saber: mundo aparente, conhecimento da coisa-em-si, objetivação das ideias, formas puras, Ética da Vontade, Música e Estética. Talvez provavelmente por isso este livro tenha capturado e mudado para sempre a vida do filósofo Nietzsche, que o encontrou por acaso num antiquário em Leipzig. Uma vez que a obra influenciou diversos outros autores como Richard Wagner, Thomas Mann, Freud, Horkheimer, Machado de Assis, Augusto dos Anjos, entre vários outros.

Schopenhauer está na lista dos últimos grandes filósofos que arquitetaram um grande pensamento na forma de sistema. Com toda certeza, “O Mundo como Vontade e como Representação” é a obra mais completa e ambiciosa do pensador alemão. Tão importante que todos os seus outros escritos, dizia o filósofo, são notas de rodapé deste livro. Foi publicado em 1819. Posteriormente, após ter atingido o sucesso, o pensador escreveu um segundo tomo, esclarecendo dúvidas, ampliando assuntos e retornando aos principais temas. “Em cada indivíduo a medida do sofrimento que lhe é essencial foi determinada, de forma decisiva, pela natureza; uma medida que não poderia ficar vazia, nem ser transbordada (…) Se uma grande e premente preocupação nos é tirada do peito, (…) imediatamente é substituída por outra, cuja matéria-prima já se encontrava lá, mas não podia ser percebida pela consciência como preocupação, porque não tinha lugar para ela. (…) Mas agora que sobrou espaço, ela se manifesta e ocupa o trono”. A cada dia uma coisa é certa, a certeza filosófica aumenta. Que nobre frase de Will Durant: “A ciência nos dá conhecimento, mas só a filosofia pode nos oferecer Sabedoria”.

Por Josenildo Melo

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