Pix ganha força em viagens internacionais de brasileiros

Durante uma viagem por países vizinhos, a dentista Tuanny Noronha, de Brasília, verificou como o Pix, sistema de pagamento criado pelo Banco Central, tem se popularizado internacionalmente. Em países como Paraguai e Argentina, ela utilizou a ferramenta para pagar compras, refeições e serviços, mesmo sem a implementação oficial do sistema nesses locais.

Expansão do Pix no exterior

Embora o Pix não permita transferências internacionais diretas, empresas brasileiras de tecnologia vêm facilitando seu uso ao estabelecer parcerias com instituições financeiras estrangeiras e empresas adquirentes. Desde 2023, esse sistema já é aceito em diversos países, incluindo Argentina, Chile, Estados Unidos, França, Portugal e Panamá, segundo especialistas.

Pagamento com Pix em países vizinhos

Na fronteira do Paraguai, Tuanny conta que mais de 90% das lojas aceitam pagamento via Pix, especialmente na cidade de Ciudad del Este, reconhecida pelo comércio de eletrônicos. Na Argentina, ela confirma que a maioria dos restaurantes também oferecem essa modalidade, que dispensa a troca de moedas e torna as transações mais rápidas.

“No Paraguai, as lojas grandes e pequenas aceitam o Pix, tanto nas compras quanto nas refeições”, relata a dentista, destacando a praticidade do sistema na sua experiência internacional.

Funcionamento do Pix no exterior

Segundo Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, o uso do Pix internacional ocorre por meio de parcerias: o lojista faz a venda digitalizando o valor em moeda local e gera um QR Code que o cliente escaneia, tendo a conversão automática para o real, já com o IOF embutido. Assim, o valor mostrado no QR Code é o valor final, com câmbio garantido na hora do pagamento.

“O câmbio é totalmente garantido no ato do pagamento, diferente do cartão de crédito, onde a cotação pode variar até o fechamento da fatura”, explica Hoffmann.

Serviços intermediários para o Pix internacional

Para que o Pix funcione no exterior, é necessário que ambas as partes tenham contas em instituições participantes no Brasil e em real, ou que utilizem prestadores de serviços de remessas internacionais, conhecidos como eFX. Esses agentes fazem a ponte entre o Brasil e outros países, realizando remessas instantâneas.

“Estamos vendo cada vez mais soluções voltadas ao mercado internacional, como aceitações do Pix em países como Argentina, Chile, EUA, França e Portugal”, observa a assessoria do Banco Central.

O crescimento do uso do Pix

Atualmente, cerca de 75% dos brasileiros, aproximadamente 160 milhões de pessoas, utilizam o Pix como principal método de transferência. No último ano, o sistema respondeu por quase metade de todas as transações de pagamento no Brasil, superando cartões de crédito e débito.

“O Pix torna-se especialmente útil em viagens internacionais, facilitando o pagamento de compras e serviços no exterior por meio de plataformas digitais”, destaca Tuanny Noronha.

Pix além das fronteiras

Empresas brasileiras estão buscando ampliar o uso do Pix para mercados internacionais. Desde 2023, há parcerias com bancos em países como Uruguai, Panamá e Estados Unidos. No caso dos EUA, a Verifone e a PagBrasil firmaram um acordo para oferecer pagamento via Pix, com conversão instantânea de dólares para reais, facilitando o consumo de brasileiros no maior mercado do mundo.

Para Hoffmann, o sistema demonstra ser “imparável” e de alta versatilidade: “O Pix é o sistema de transferências mais completo do mundo. Pode ser usado por QR Code, na aproximação, parcelamento e em pagamentos recorrentes, o que o torna superior a qualquer outro sistema global”.

Perspectivas futuras

Apesar de os Estados Unidos terem iniciado uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil relacionadas ao Pix, Hoffmann acredita que o sistema continuará seu crescimento global. “Não há como impedir essa inovação, que incentiva o turismo e as transações internacionais de brasileiros”.

O Banco Central estuda projetos de conexão entre a rede Pix e o sistema Nexus, uma plataforma de transferências rápidas entre países, sem data definida para implementação.

Com a expansão do Pix, a expectativa é de que cada vez mais pontos comerciais pelo mundo aceitem o sistema, tornando as transações internacionais mais ágeis e seguras, especialmente para o público brasileiro que viaja ou faz negócios no exterior.

Para mais informações, acesse esta matéria.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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