Petroleiros da Petrobras iniciam greve de 24 horas por tempo indeterminado
Os petroleiros da Petrobras começaram nesta segunda-feira uma greve de 24 horas, que pode se estender por tempo indeterminado, após meses de negociações e a rejeição da segunda contraposta apresentada pela empresa. A paralisação teve início logo na madrugada e afetou operações em plataformas, refinarias e terminais no país.
Greve atinge operações em plataformas e refinarias
Segundo informações do sindicato, equipes de contingência assumiram operações nas plataformas do Espírito Santo e do Norte Fluminense, além do Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, onde houve adesão total. Trabalhadores de ao menos seis refinarias também aderiram ao movimento, incluindo as unidades de Regap (MG), Reduc (RJ), Replan (SP), Recap (SP), Revap (SP) e Repar (PR),sem troca de turno.
Pontos que impedem avanço nas negociações
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que a proposta da Petrobras não avançou em três pontos centrais: o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, melhorias no plano de cargos e salários, além de garantias contra mecanismos de ajuste fiscal e a defesa de um modelo de negócios que fortaleça a estatal. “A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, declarou a federação em nota oficial.
Contexto dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs)
O PED é um mecanismo de ajuste que visa cobrir o rombo do fundo de previdência da Petros, criado em 1970 para oferecer previdência complementar aos funcionários da Petrobras. Quando os recursos não são suficientes para pagar aposentadorias e pensões, a lei exige descontos extras nos salários dos trabalhadores, benefícios de aposentados e contribuições adicionais das patrocinadoras, incluindo a própria Petrobras.
As mobilizações tiveram início na madrugada, com a entrega das operações de plataformas e unidades estratégicas às equipes de contingência da Petrobras. Além disso, aposentados e pensionistas realizaram na semana passada uma vigília em frente ao edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, cobrando uma solução definitiva para os déficits da Petros.
Disparidades na distribuição de recursos e crise na negociação
De acordo com a FUP, a disputa se intensifica diante do volume de recursos destinados aos acionistas. Entre janeiro e setembro deste ano, a Petrobras desembolsou R$ 37,3 bilhões em dividendos, enquanto ofereceu um ganho real de apenas 0,5% no ACT, além de retrocessos e diferenciações entre trabalhadores da holding e das subsidiárias.
Perspectivas e próximos passos
As negociações continuam em Brasília, onde representantes da categoria, do governo e da Comissão Quadripartite participam de reuniões para tentar solucionar o impasse. A categoria exige um acordo que assegure direitos, condições dignas de trabalho e o fortalecimento da estatal perante os acionistas.
A reportagem está em atualização sobre possíveis desdobramentos do movimento.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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