Pese avanço, desigualdade racial persiste entre empresários negros e brancos
Apesar de um avanço histórico na renda dos empreendedores negros em 2024, o abismo racial no mercado de negócios brasileiros continua forte. Um estudo do Sebrae, baseado em dados da PNAD Contínua Anual, indica que, embora os empresários negros tenham registrado seus maiores ganhos em mais de uma década, a desigualdade salarial permanece elevada, com a renda média dos donos de negócios negros 35,7% menor do que a dos empresários brancos.
Melhores resultados desde 2012, mas disparidade persiste
De acordo com o levantamento, a renda per capita média dos empreendedores negros atingiu R$ 2.700,98 em 2024, o melhor desempenho desde 2012. Ainda assim, esse valor está longe dos R$ 4.202,56 alcançados pelos empresários brancos no mesmo período. Os dados mostram que, mesmo com o crescimento de 28,3% no número de negros empreendedores nos últimos dez anos, a participação é maior na faixa de menor renda, especialmente entre beneficiários do Programa Bolsa Família, que representam 81,1% dos empreendedores negros.
Disparidades de renda e participação racial
A participação de negros diminui gradualmente conforme a renda aumenta: 72,9% na faixa de até meio salário-mínimo e só 28,2% na categoria acima de três salários-mínimos. Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, é fundamental ampliar os investimentos em ações de inclusão e na valorização da maior parcela de empreendedores negros do país, considerados uma ferramenta de inclusão social e econômica.
Perfil racial dos empreendedores e o impacto social
Segundo o estudo, os negros (pretos e pardos) representam mais de 16 milhões de donos de negócios no Brasil, um crescimento de 28,3% nos últimos dez anos. Já os empreendedores brancos somam aproximadamente 14 milhões, com crescimento de 18,4% no mesmo período. “O empreendedorismo é uma ferramenta de inclusão social e produtiva, gerando emprego e renda, especialmente entre os mais vulneráveis”, destaca Lima.
Contexto social e os desafios atuais
Apesar dos avanços, a disparidade salarial revela que a desigualdade racial no ambiente de negócios ainda é um desafio a ser superado. As diferenças nas condições de acesso ao mercado, financiamento e formação contribuem para a manutenção do abismo. A continuidade de políticas públicas de apoio e inclusão é apontada como uma estratégia essencial para promover mudanças significativas na estrutura social e econômica do Brasil.
Perspectivas e ações futuras
Para promover uma mudança efetiva, especialistas ressaltam a importância de ampliar programas de capacitação, financiamento e suporte técnico ao empreendedorismo negro. O próprio Sebrae reforça o compromisso de ampliar ações de inclusão, com a ideia de transformar a iniciativa em um vetor de transformação social no país.
Para mais detalhes sobre o estudo, visite a fonte original.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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