Parlamento europeu aprova maior proteção aos agricultores do bloco
O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira uma série de medidas de proteção mais rigorosa para os agricultores da União Europeia, buscando limitar os efeitos do acordo de livre-comércio com países do Mercosul. As disposições de salvaguarda foram aprovadas por 431 votos a favor e 161 contra e visam criar um mecanismo para monitorar impactos em produtos sensíveis como carne bovina, aves e açúcar.
Medidas de proteção e discussão sobre tarifas
As novas regras permitem a aplicação de tarifas em caso de desestabilização do mercado, além de estabelecer limites percentuais para aumentar a fiscalização. Segundo informações do Parlamento, a Comissão Europeia será acionada se o preço de produtos do Mercosul for pelo menos 5% inferior ao da UE, ou se o volume de importações sem tarifas ultrapassar 5%. Essas restrições serão mais rígidas do que as propostas iniciais, que fixavam esses limites em 10%, demonstrando o fortalecimento das salvaguardas europeias.
No entanto, a França, um dos países mais reticentes, pediu que a assinatura do tratado seja adiada para 2026, alegando preocupações com os efeitos no setor agrícola e na concorrência. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, busca um entendimento para assinar o acordo na cúpula do Mercosul, marcada para sábado, em Foz do Iguaçu, no Brasil, mas precisa do aval dos Estados-membros.
Reações e obstáculos na aprovação
Enquanto alguns países, como a Alemanha, defendem a assinatura do tratado ainda nesta semana, a França solicita mais tempo para análise. De acordo com especialistas, a Itália também desempenhará papel importante na decisão, pois demonstra sinais contraditórios em relação ao acordo, dependendo das negociações atuais. A aderência italiana é considerada-chave para o avanço das negociações.
Contexto e impactos do acordo UE-Mercosul
O tratado busca criar um mercado integrado de 780 milhões de consumidores, fortalecendo a indústria europeia e facilitando o acesso aos produtos agrícolas do Mercosul, como carne, soja, açúcar e arroz. Caso seja aprovado, o acordo poderá impulsionar exportações de automóveis, máquinas, vinhos e destilados europeus, ao mesmo tempo que facilita a entrada de produtos sul-americanos na Europa, o que gera receios nos setores tradicionais do continente.
Se o tratado fracassar, segundo análises da Bloomberg Economics, os países do Mercosul seriam mais prejudicados, visto que os benefícios do acordo são mais expressivos para eles. Além disso, o colapso do processo significaria um revés geopolítico para a UE, dificultando seus esforços de diversificação de mercados e enfrentamento das tarifas dos Estados Unidos, além de limitar sua influência frente à crescente presença da China na região.
Próximos passos e expectativas
As negociações agora se concentram em encontrar um consenso entre os países membros da UE. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, espera formalizar o acordo na cúpula do Mercosul, porém, a assinatura depende do aval dos Estados-membros, particularmente da França, que exige mais prazo. A expectativa é que novas deliberações sejam feitas ao longo das próximas semanas.
Mais informações detalhadas sobre o impacto do acordo podem ser acessadas na fonte oficial do Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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