Operação da Polícia Federal desarticula esquema de descontos indevidos no INSS

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (5) uma operação que resultou na prisão de dois investigados e na apreensão de sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Aracaju, Cristinápolis e Umbaúba, em Sergipe. A ação faz parte da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos associativos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS.

Investigação e objetivos da operação

A investigação aponta que entidades sindicais cobraram, entre 2019 e 2024, mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas de forma indevida. Segundo a PF, a ação visa recuperar bens e aprofundar as apurações sobre os responsáveis pelos descontos não autorizados. A Polícia Federal também determinou o sequestro de cinco imóveis, avaliados em aproximadamente R$ 12 milhões, vinculados aos investigados.

Fraudes e omissões do INSS

A operação foi inicialmente deflagrada em abril pela PF em colaboração com a Controladoria-Geral da União (CGU). A apuração revela que as fraudes aconteceram apesar de alertas de aposentados, autoridades e relatórios enviados ao INSS, que teria ignorado sinais de irregularidades. A PF aponta que medidas preventivas, como a implementação da biometria, não foram adotadas pelo instituto mesmo diante de diversas manifestações de suspeitas.

Implicações e consequências

O escândalo levou à demissão do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, além do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A fraude vem sendo alvo de denúncias e ações judiciais há mais de um ano, com aumento no número de processos de aposentados contra entidades de classe alegando descontos indevidos realizados sem autorização expressa nos benefícios.

A Polícia Federal destacou que ex-diretores e pessoas relacionadas receberam mais de R$ 17 milhões de intermediários das associações fraudulentas, incluindo um integrante do INSS que foi beneficiado com um carro de luxo avaliado em ao menos meio milhão de reais. O relatório policial também revela que, apesar dos alertas, o INSS não tomou providências efetivas para impedir as fraudes.

Próximos passos e perspectiva

A PF anunciou que continuará as investigações e que novos mandados poderão ser cumpridos. A operação visa garantir a recuperação dos recursos desviados, além de aumentar a responsabilidade dos envolvidos. A expectativa é que ações similares sejam adotadas para prevenir futuras fraudes no sistema previdenciário.

Mais detalhes sobre os desdobramentos da operação podem ser conferidos na matéria completa no site do Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo