ONU rejeita resolução do Brasil sobre guerra em Israel
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta quarta-feira (18) a resolução brasileira sobre a guerra entre Israel e Hamas. A proposta teve 12 votos a favor, 1 contra e duas abstenções. O documento não foi aprovado porque o único voto contra foi dado pelos Estados Unidos, integrante permanente do órgão e com direito a veto.
O embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, afirmou que “infelizmente, o conselho foi mais uma vez incapaz de adotar” uma resolução sobre o conflito. “O silêncio e a inação prevaleceram”, disse.
“Como todas as nações do mundo, Israel tem o direito herdado de autodefesa […] Depois de ataques terroristas anteriores por grupos como Al-Qaeda e Isis, este conselho reafirma esse direito. O texto deveria ter feito o mesmo”, afirma.
Confira a votação
a favor (12): Brasil, China, França, Albânia, Emirados Árabes, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça;
contra (1): Estados Unidos;
abstenções (2): Reino Unido e Rússia.
Para ser aprovada, uma resolução proposta no conselho precisa de pelo menos 9 dos 15 votos dos países integrantes do órgão, além de nenhum veto dos 5 com assento permanente.
Além dos Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido são integrantes permanentes do órgão da ONU, com direito a veto. Os outros países, incluindo o Brasil, fazem parte do conselho rotativo.
Essa foi a 4ª vez que o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir sobre o conflito entre Israel e Hamas.
Na semana passada, o Brasil convocou 2 encontros do órgão, mas ambos terminaram sem resultados concretos. Depois da reunião realizada na sexa-feira (13), o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, defendeu a formação de um corredor humanitário em declaração a jornalistas na sede da ONU, em Nova York.
Na segunda-feira (16), o órgão da ONU rejeitou uma proposta russa para o conflito. O texto pedia um cessar-fogo humanitário e condenava os ataques, mas não citava o Hamas. Teve 5 votos a favor, 4 contra (sendo 3 vetos de EUA, França e Reino Unido) e 6 abstenções, incluindo o Brasil.
Rússia, China, Gabão, Moçambique e Emirados Árabes votaram a favor da proposta. França, Japão, Reino Unido e EUA negaram a iniciativa. Albânia, Brasil, Equador, Gana, Malta e Suíça se abstiveram.
O Brasil, que está na presidência rotativa do conselho em outubro, iniciou na sexa- feira (13) um processo de consulta entre os representantes diplomáticos das outras 14 nações integrantes. A busca por um consenso foi mencionada pelo embaixador brasileiro Sérgio Danese em sua fala nesta 4ª feira (18.out).
“Embora façamos um esforço de boa-fé para acomodar manifestações por vezes opostas, o nosso foco foi e continua a ser a crítica situação humanitária no local”, afirmou.
Com informações da Reuters
Share this content:
Publicar comentário