Musk pode deixar Tesla se pacote de US$ 1 tri não for aprovado, diz conselho

O bilionário Elon Musk poderá deixar o cargo de CEO da Tesla se seu pacote de remuneração de US$ 1 trilhão não for aprovado pelos acionistas, afirmou Robyn Denholm, presidente do conselho, em uma carta divulgada nesta segunda-feira (27). A declaração ocorre em meio a tensões e críticas ao conselho, antes da reunião anual prevista para 6 de novembro.

Plano de remuneração de Musk sob avaliação dos acionistas

De acordo com Denholm, o plano baseado em desempenho foi criado para reter Musk na liderança da Tesla por pelo menos sete anos e meio. Ela destacou que a liderança do empresário é fundamental para o sucesso da companhia, especialmente na busca por se tornar líder global em inteligência artificial e direção autônoma.

“Sem um plano que o motive adequadamente, a Tesla corre o risco de perder seu tempo, talento e visão”, afirmou a presidente do conselho, reforçando a importância do incentivo para Musk continuar à frente da empresa.

Controvérsia e debate sobre governança corporativa

O conselho da Tesla tem sido criticado por sua proximidade com Musk, sobretudo devido ao processo judicial do início do ano, quando um tribunal de Delaware anulou um acordo salarial de 2018, alegando que a remuneração foi negociada de forma inadequada por diretores não totalmente independentes.

O pacote proposto dá a Musk direito a receber até 12% das ações da Tesla, avaliadas em US$ 1,03 trilhão, caso a companhia alcance uma capitalização de mercado de US$ 8,6 trilhões — cerca de oito vezes maior do que o valor atual.

O valor do pacote e o impacto na participação de Musk

Para atingir essa meta, a Tesla precisa valorizar aproximadamente US$ 7,5 trilhões nos próximos dez anos. Hoje, cada ação da Tesla na Bolsa dos EUA está cotada a cerca de US$ 434, com uma avaliação de US$ 1,49 trilhão.

Se o plano for aprovado e Musk alcançar os objetivos, sua participação poderia subir de aproximadamente 13% para uma fatia ainda maior, aumentando seu poder de voto e potencialmente acirrando debates sobre governança e sucessão na empresa.

Reações e críticas externas

Até o momento, Musk não recebe salário fixo como CEO, tendo sua remuneração vinculada a metas de desempenho, incluindo preço das ações, lucratividade, produção e valor de mercado.

Em setembro, o papa Francisco criticou os altos bônus concedidos a executivos de grandes corporações, citando a proposta da Tesla como exemplo de disparidade salarial. “Se essa é a única coisa que ainda tem valor, então estamos em apuros”, afirmou o pontífice em entrevista, destacando a desigualdade nos ganhos dos líderes empresariais em comparação com os funcionários.

Perspectivas futuras

A votação do pacote de Elon Musk acontecerá na próxima reunião de acionistas, onde sua aprovação é considerada crucial para sua continuidade à frente da Tesla. A repercussão do resultado pode impactar não apenas a governança da companhia, mas também o futuro estratégico da empresa na busca pela liderança tecnológica.

A expectativa é que os acionistas avaliem cuidadosamente o plano, que representa uma das maiores propostas de remuneração da história corporativa, potencialmente redefinindo os critérios de incentivos na maior fabricante de veículos elétricos do mundo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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