Ministro francês critica acordo UE-Mercosul e ameaça possível adiamento da assinatura
O ministro francês da Economia e Finanças, Roland Lescure, declarou neste domingo (14) que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, “não é aceitável”, em sua forma atual. A posição pode comprometer a visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil na próxima semana, prevista para assinar o tratado.
Posição da França e condições para aprovação
“Em sua forma atual, o tratado é inaceitável”, afirmou Lescure ao jornal econômico Handelsblatt. Segundo ele, a França impõe três condições essenciais para aprovar o acordo, incluindo uma “cláusula de proteção forte e eficaz”, normas ambientais rigorosas iguais às da UE e controles de importação mais rígidos.
O ministro destacou ainda que a França exige que as normas aplicadas na União Europeia à produção também sejam obrigatoriamente adotadas pelos países parceiros e que haja um sistema de fiscalização eficiente nas importações. Lescure afirmou que, sem o atendimento dessas condições, o país não dará seu apoio ao tratado.
Impacto na assinatura do acordo e expectativas na UE
O Parlamento Europeu deve votar nesta terça-feira as garantias para os agricultores, especialmente os franceses, que se mostram fortemente contrários ao tratado. Os 27 Estados-membros aguardam esse resultado para decidir sobre a aprovação final, prevista para ocorrer entre 16 e 19 de dezembro.
Se aprovado, o acordo criaria um mercado comum de 722 milhões de habitantes, facilitando as exportações de automóveis, máquinas e vinho para a UE, além de permitir maior entrada de carne bovina, aves, açúcar e mel do Mercosul. No entanto, agricultores europeus consideram que o tratado pode gerar uma concorrência desleal.
Repercussões e próximos passos
A fala de Lescure representa uma forte advertência às negociações, que podem ser adiadas ou até suspensas caso as condições não sejam negociadas. A presidente da Comissão Europeia deverá avaliar a posição francesa, o que pode atrasar a assinatura do acordo, prevista inicialmente para o próximo sábado.
Segundo fontes europeias, o governo europeu espera uma definição clara até a semana que vem, enquanto a França mantém sua posição de exigir garantias adicionais antes de aprovar o tratado.
Para mais informações, acesse o link da fonte.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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