Mais da metade dos trabalhadores não ve chance de perder emprego nos próximos seis meses
Mais da metade (53,8%) dos trabalhadores brasileiros não acredita que perderá seu principal emprego ou fonte de renda nos próximos seis meses, aponta uma pesquisa recente. Segundo o levantamento, 42,3% consideram improvável ficar sem o trabalho, enquanto 11,5% afirmam que é muito improvável.
Nível de segurança no emprego e cenário econômico
A pesquisa faz parte da Sondagem do Mercado de Trabalho, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Rodolpho Tobler, responsável pela pesquisa, explica que o sentimento de segurança reflete o mercado de trabalho aquecido. “Com a taxa de desocupação em níveis históricos mínimos, é natural que trabalhadores se sintam mais seguros na ocupação ou em uma realocação, caso necessário”, afirmou.
“Esse dinamismo, nos últimos anos, tende a favorecê-los, pois demonstra um mercado mais robusto e ativo”, afirmou Tobler.
No entanto, Tobler aponta que a expectativa de desaceleração da economia brasileira pode afetar essa percepção, pois “é esperado que essa variável não permaneça nesse patamar baixos por muito tempo”, alerta.
Nível de emprego e indicadores recentes
Dados do IBGE mostram que a taxa de desemprego do segundo trimestre atingiu 5,8%, a menor da série histórica iniciada em 2012. Além disso, o rendimento do trabalhador atingiu R$ 3.477, um recorde recente, e o número de empregados formais alcançou 39 milhões.
Estes dados do trimestre móvel encerrado em julho serão publicados na próxima terça-feira (16). Segundo Tobler, a desaceleração observada é consequência do aumento da taxa de juros pelo Banco Central, uma estratégia para conter a inflação.
A inflação oficial, medida pelo IPCA, acumulou 5,13% em 12 meses, acima da meta do governo, que é 4,5%. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006 (15,25%).
Jurop mais alto encarece empréstimos e desestimula investimentos, o que tende a frear a atividade econômica e, consequentemente, impactar empregos e renda.
Renda e percepção de segurança por faixa salarial
- Renda até um salário mínimo: 32,6% acham improvável ou muito improvável perder o emprego
- Entre um e três salários mínimos: 41,3%
- Acima de três salários mínimos: 62,4%
Outros aspectos da pesquisa
A pesquisa da FGV está na sua terceira edição mensal, o que impede comparações com períodos mais antigos, como o de 2024. Ela foi realizada com uma amostra de 2 mil pessoas, abordando também temas como satisfação no trabalho e percepção de proteção social.
Segundo os dados de agosto, 59,7% dos entrevistados se consideram satisfeitos ou muito satisfeitos com o trabalho; enquanto 8% se sentem insatisfeitos ou muito insatisfeitos, e 17%, neutros. Quanto à proteção social, 33,5% se sentem muito desprotegidos, enquanto 37,7% alegam proteção parcial e 28,7% se consideram protegidos.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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