Lula entrega a Trump documento com posições do Brasil sobre tarifas e sanções
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou na semana passada a Donald Trump, em Kuala Lumpur, uma pasta vermelha com dados e argumentos para convencer os EUA a suspender tarifas industriais que afetam as exportações brasileiras.
Estratégia diplomática e negociações bilaterais
Segundo interlocutores do governo, a iniciativa visa demonstrar que o Brasil negocia de forma firme, mas não se submete às pressões de Washington. Lula apresentou números e um documento que desmonta o discurso de superávit comercial excessivo e alegações de práticas desleais do Brasil, usadas como justificativa para a sobretaxa de 50% nas exportações brasileiras.
O documento detalha as posições do Brasil nas negociações bilaterais, focando na suspensão do tarifaço e na revisão de sanções, especialmente aquelas que afetam cidadãos brasileiros, como o ministro do STF Alexandre de Moraes. Lula também afirmou a Trump que o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado, não é um perseguido político, e que o processo transcorreu dentro da legalidade.
Contexto econômico e pontos de atrito com os EUA
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, de janeiro a setembro, o Brasil teve déficit de US$ 5,1 bilhões com os Estados Unidos, enquanto a balança comercial total foi negativa em mais de US$ 28 bilhões, considerando bens e serviços.
Um dos principais pontos de tensão é a investigação dos EUA baseada na Seção 301 da legislação americana, que trata de práticas comerciais desleais. Washington acusa o Pix de beneficiar as instituições financeiras brasileiras, enquanto o governo defende que o sistema promove competição e inclusão financeira.
Tarifas sobre etanol e carne suína
As tarifas sobre produtos como etanol e carne suína também alimentam o conflito. Os EUA querem maior acesso ao mercado brasileiro, mas mantêm barreiras e subsídios internos. O Brasil afirma cumprir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e cobra a abertura do mercado americano ao açúcar brasileiro.
Questões regionais e segurança
A crise na Venezuela é outro tema tratado no documento, considerado de segurança regional. Lula reiterou que a solução deve ser diplomática, criticando ações americanas no Caribe sob o pretexto de combate ao narcotráfico.
Perspectivas e próximos passos
O encontro de domingo representou uma tentativa de reaproximação na relação bilateral. Nos próximos dias, uma missão brasileira de alto nível, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o chanceler Mauro Vieira, viajará a Washington para intensificar as negociações.
A fonte do governo ressalta que o objetivo é abrir espaço para diálogo e busca por soluções que favoreçam interesses comerciais do Brasil sem ceder às pressões externas, reforçando a postura de resistência às tarifas americanas.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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