Lula enfrenta contradições na COP com subsídios ao carvão até 2040

Durante a COP30, o presidente Lula terá que lidar com uma das maiores contradições climáticas do Brasil: a extensão dos subsídios às usinas termelétricas a carvão até 2040. O prazo para decisão termina na próxima terça-feira, 18, data limite para sancionar ou vetar a medida. A ministra Marina Silva criticou a decisão, afirmando que o Congresso enviou um “sinal na contramão de todos os esforços” relacionados às mudanças climáticas, em entrevista ao GLOBO publicada nesta segunda-feira.

Subsídios ao carvão: um atraso na transição energética

O governo não apresentou um cálculo oficial sobre o impacto financeiro da extensão dos subsídios ao carvão, mas o Instituto Internacional Arayara estima que o custo pode chegar a R$ 107 bilhões até 2040. Além do valor financeiro, o maior questionamento é o impacto ambiental, já que o carvão é responsável por uma das maiores emissões de gases de efeito estufa no país, em plena crise climática global.

Contradições no contexto da transição energética

Na entrevista, Marina Silva destacou que, apesar das contradições enfrentadas pelos países na busca por abandonar combustíveis fósseis enquanto mantêm a exploração de petróleo, o uso do lucro obtido na atividade petrolífera deveria financiar a transição para uma matriz energética limpa. Ela reforçou a necessidade de mecanismos claros para garantir essa transferência de recursos, que ainda não estão definidos no Brasil ou no cenário internacional.

Matriz energética brasileira e suas complexidades ambientais

A ministra afirmou que o Brasil possui uma vantagem comparativa na presença de uma matriz energética 45% sustentável, que sobe para 90% quando considerada a geração elétrica. No entanto, ela também reconheceu os prejuízos ambientais provocados por hidrelétricas, como Belo Monte, que enfrentam dificuldades operacionais e demandam maior intervenção no meio ambiente, assunto central na discussão da COP.

Fundo Florestas Tropicais e a luta por soluções práticas

Marina Silva também destacou o entusiasmo pelo Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), criado na cúpula. A iniciativa busca pagar por serviços ambientais a quem preserva as florestas, adotando uma lógica de mercado. Entretanto, apesar da meta inicial de captar US$ 25 bilhões até 2026, os valores atualmente arrecadados estão longe disso, com apenas US$ 6 bilhões confirmados. A efetiva remuneração às comunidades locais e povos indígenas que mantêm as florestas é uma questão ainda por ser resolvida.

Debate global e a crise climática manifestada na prática

A partir de hoje, iniciam-se as discussões técnicas sobre os temas abordados na cúpula dos líderes, com o mundo reunido em Belém para discutir a questão mais urgente do século. O episódio recente do tornado no Paraná, que causou destruição significativa, exemplifica a urgência de ações efetivas para conter as mudanças climáticas, como alertado por cientistas.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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