Lula e Trump relembram boa química e planejam encontro na Ásia

O Palácio do Planalto confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Donald Trump tiveram uma ligação virtual nesta segunda-feira, na qual relembraram a boa relação estabelecida durante a Assembleia Geral da ONU há duas semanas. Os líderes discutiram a possibilidade de se encontrar presencialmente na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), prevista para ocorrer na Malásia no fim de outubro.

Reunião virtual reforça diálogo entre Brasil e Estados Unidos

A conversa foi agendada após uma semana de contatos entre assessores de Lula e Trump, que discutiram a retomada do relacionamento bilateral. Segundo fontes do Planalto, a ligação ocorreu 13 dias após o encontro de Lula com Trump na ONU, quando o americano sinalizou possibilidade de uma reunião formal.

Perspectivas de aproximação e estratégias diplomáticas

Durante o diálogo, Lula destacou a oportunidade de restaurar as boas relações entre as duas maiores democracias do Ocidente, lembrando que o Brasil mantém superávit na balança comercial com os Estados Unidos, um dos poucos países com essa característica no G20. A nota do Planalto também ressalta que Lula mencionou o fim do tarifaço de 50% imposto por Trump sobre produtos brasileiros e das medidas restritivas aplicadas a autoridades brasileiras, como o bloqueio de vistos e sanções ao ministro Alexandre de Moraes e sua esposa.

Assessores de Lula enfatizaram que o objetivo do contato virtual foi criar um ambiente de confiança antes de um encontro face a face. A expectativa é que, na Malásia, os dois líderes possam consolidar a reaproximação, que incluiria a assinatura de novos compromissos comerciais e participação de Trump na COP30, em Belém, além de uma possível visita de Lula aos Estados Unidos.

Conflitos recentes e possibilidades de avanço

As tensões entre Brasil e Estados Unidos aumentaram desde julho, quando Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, alegando questões relacionadas à interferência no Judiciário brasileiro. Apesar disso, Trump destacou, em sua fala na ONU, a “química” com Lula e reconheceu o potencial de diálogo entre os dois países.

Na semana passada, Trump delegou ao secretário de Estado, Marco Rubio, a continuidade das negociações, incluindo os ministros brasileiros Mauro Vieira e Fernando Haddad. Ambos os lados concordaram que um encontro presencial seria um passo importante para superar as disputas comerciais e políticas recentes.

Rumo à reconciliação diplomática e econômica

A expectativa é que, com a aproximação, seja possível negociar o fim das tarifas e das sanções impostas por Trump, além de fortalecer a relação em temas como segurança, cooperação econômica e mudanças climáticas. Lula reforçou, em rede social, seu desejo de manter o diálogo aberto e de fortalecer os laços com Washington, em busca de avanços para o Brasil.

Segundo fontes próximas ao governo, a reunião na Ásia poderá marcar uma nova etapa na relação bilateral, aprendendo com a experiência do primeiro contato oficial, e sinalizando uma postura mais firme do Brasil na defesa de sua autonomia frente às pressões externas.

Para saber mais detalhes, acesse a nota oficial do Planalto.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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