Lula e Trump discutem relação comercial em videoconferência positiva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (6), às 10h30, no Palácio da Alvorada. O encontro, acompanhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros do governo, foi considerado por Haddad como “positivo” e visa aliviar tensões comerciais, sobretudo relacionadas às sobretaxas impostas pelos norte-americanos ao Brasil.
Detalhes da conversa entre Lula e Trump
Segundo Haddad, uma nota oficial do Palácio do Planalto deve divulgar os principais pontos debatidos na reunião. “Recomendamos a divulgação de uma nota. Foi positivo, mas o alerta vai sair pelo Palácio”, afirmou Haddad ao chegar ao Ministério da Fazenda. A conversa ocorreu após a possibilidade de um encontro presencial ter sido anunciada pelo líder americano na ONU, na semana passada.
Contexto e expectativas do encontro
A reunião ocorre em meio ao aumento de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, uma resposta de Trump ao chamado “tarifaço” de várias tarifas brasileiras em resposta a disputas comerciais. Ainda assim, Trump e Lula tiveram contato na ONU, onde o americano mencionou a boa “química” entre eles, após cumprimentarem-se em Nova York.
Lula chegou a afirmar, durante a Assembleia Geral da ONU, que “aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu”, referindo-se ao encontro com Trump, e afirmou que “pintou uma química mesmo” entre os dois presidentes.
Relações delicadas e estratégia diplomática
Devido ao histórico de conflitos e à relação tensa desde a eleição de Trump, o trabalho diplomático brasileiro tem sido cauteloso. As tentativas de aproximação, que incluem contatos por telefone ou vídeo, visam criar uma base de confiança mútua, antes de uma possível reunião presencial.
Auxiliares de Lula preferiam inicialmente estabelecer uma conexão mais discreta, a fim de analisar pontos de divergência e convergência na relação bilateral. A estratégia é minimizar riscos de recuos ou obstáculos por parte de interlocutores do líder norte-americano.
Desafios e interesses comuns
Apesar das dificuldades, Lula reafirmou durante discursos na ONU que a soberania brasileira e a independência do Judiciário são temas intocáveis. Entretanto, manifestou abertura ao diálogo sobre temas comerciais, incluindo regulação de big techs e exploração de terras raras, áreas de interesse dos EUA.
A relação entre os dois países sofre influência de questões políticas internas, como o histórico de Bolsonaro, condenado pelo STF, e o impacto do tarifão, que veio acompanhado de críticas aos interesses econômicos dos EUA.
Consequências e próximos passos
O governo brasileiro busca aliviar a pressão econômica causada pelas tarifas e fortalecer o diálogo com Washington. A expectativa é que, após a videoconferência, sejam intensificadas as negociações e possíveis encontros presenciais em breve.
Assim, o esforço diplomático busca reduzir os efeitos econômicos do tarifaço, além de estabelecer uma agenda de cooperação que possa ampliar os interesses comerciais de ambos os lados e diminuir tensões futuras.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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