Lula discute com Trump sobre lavagem de dinheiro via Delaware

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta terça-feira com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o esquema de lavagem de dinheiro usando o estado de Delaware, nos EUA, que movimentou bilhões de reais com fraudes fiscais no Brasil. A discussão ocorreu após uma reunião no Palácio do Planalto, em meio a investigações do governo brasileiro sobre o Grupo Refit, responsável pela Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

Fraudes fiscais e uso de Delaware em foco

Na véspera do diálogo com Trump, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, apresentou dados aos ministros do governo brasileiro, revelando que o Grupo Refit teria movimentado cerca de R$ 72 bilhões em um ano por meio de offshores registradas em Delaware — um paraíso fiscal conhecido por seu sigilo bancário e baixa tributação. As investigações apontam que empresas fictícias ocultaram lucros e facilitaram operações fraudulentas de fraude tributária.

Após a reunião, Lula solicitou que o material apresentado fosse traduzido para o inglês, permitindo que estivesse disponível na conversa com Trump, na qual participaram ministros como Fernando Haddad, Ricardo Lewandowski, Gleisi Hoffmann, Rui Costa, Sidônio Palmeira e Mauro Vieira.

Precedentes e indicações de crimes no Brasil

Em 27 de novembro, antes do encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia destacado as suspeitas relacionadas ao uso de empresas em Delaware, mencionando uma operação da Polícia Federal chamada Poço de Lobato, que revelou esquema de sonegação fiscal de R$ 350 milhões por mês, envolvendo importadoras, distribuidoras e fundos de investimento no Brasil e no exterior.

Estratégias de fraude internacional

Segundo Haddad, os empregadores no exterior fariam empréstimos a fundos suspeitos, que não seriam pagos, e o dinheiro voltaria ao Brasil como se fosse investimento estrangeiro direto. Ele classificou esse esquema como uma “triangulação internacional gravíssima”, e destacou a necessidade de colaboração internacional para combater essas irregularidades.

“Queremos pautar com os Estados Unidos conversas sobre crime organizado. Estão abrindo empresas em Delaware, fazendo empréstimos que não serão pagos, com o dinheiro retornando como se fosse investimento estrangeiro”, afirmou o ministro na ocasião.

Compromisso bilateral contra delitos financeiros

Após ouvir as denúncias, Lula reforçou a importância de fortalecer a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional. O governo brasileiro destacou na nota oficial que o presidente ressaltou a urgência na troca de informações e na atuação conjunta. Trump, por sua vez, afirmou estar à disposição para colaborar com o Brasil no enfrentamento dessas organizações criminosas, apoiando iniciativas bilaterais.

O governo brasileiro também reforçou que tem realizado operações de combate às fraudes financeiras e que há ramificações dessas organizações que operam fora do país. Segundo fontes oficiais, a operação Poço de Lobato revelou um amplo esquema de sonegação fiscal envolvendo diversas empresas no Brasil e no exterior, com potencial de apropriação de R$ 350 milhões por mês.

Essa discussão acontece em um momento de intensificação dos esforços do Brasil para esclarecer e combater fraudes envolvendo offshores e paraísos fiscais, especialmente em Delaware, que facilitam a ocultação de recursos e a evasão fiscal.

Fonte

Com informações do Jornal Diário do Povo

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