Lula defende mais espaço fiscal para o desenvolvimento do Sul Global
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta segunda-feira (7), na cúpula de líderes do Brics no Rio de Janeiro, a necessidade de mais espaço fiscal para países do Sul Global. Segundo Lula, ampliar os gastos públicos é essencial para assegurar direitos básicos, como saúde, saneamento, educação, moradia digna, trabalho e renda.
Investimento em saúde e o papel do espaço fiscal no Brics
“Implementar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 — saúde e bem-estar — requer espaço fiscal”, afirmou Lula, reforçando a importância de permitir que os governos possam ampliar suas despesas. O espaço fiscal, explica o presidente, é a capacidade de investir mais sem comprometer a estabilidade financeira.
Desigualdades sociais e saúde no Sul Global
Durante sua fala, Lula abordou as desigualdades que afetam a saúde nas nações em desenvolvimento, destacando que fatores sociais como renda, escolaridade, raça e gênero determinam quem adoece ou morre. “No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre”, declarou.
Ele afirmou que doenças como o mal de Chagas e a cólera, ainda presentes em países do Sul Global, poderiam ter sido erradicadas se atingissem o Norte Global. “Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”, completou.
Plano de ação do Brics para a saúde e avanços concretos
Lula destacou que o Brics aposta na ciência e na transferência de tecnologias para colocar a vida em primeiro lugar. Além disso, o grupo lançará nesta segunda-feira uma parceria para a eliminação de doenças socialmente determinadas, focada em ações de infraestrutura física e digital.
Entre os avanços do grupo, destacou-se a consolidação da Rede de Pesquisa de Tuberculose, apoiada pelo Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do Brics) e pela Organização Mundial da Saúde, além da cooperação regulatória em produtos médicos. “Estamos liderando pelo exemplo”, afirmou Lula, colocando a dignidade humana como prioridade.
Entendendo o Brics
Composto por 11 países-membros — África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia — o Brics representa 39% da economia mundial e 48,5% da população global. Os países parceiros, como Belarus, Bolívia e Nigéria, não possuem direito a voto nos debates.
O grupo busca fortalecer a cooperação entre os países do Sul Global e promover uma representação mais equitativa em organismos internacionais. A presidência do bloco se alterna anualmente, e o Brasil passará a liderança para a Índia em 2026.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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