Japão deve abrir mercado para carne bovina brasileira até o fim do ano

O Japão está “muito perto” de liberar a entrada da carne bovina brasileira, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em uma movimentação que pode impactar as exportações dos Estados Unidos. A medida, que deve ser concluída até o final de 2025, representa uma importante conquista para a indústria brasileira de carnes.

Avanço na abertura do mercado japonês para carne brasileira

De acordo com Fávaro, o processo de liberação está avançando rapidamente, após décadas de negociações interrompidas. “Algo que estava paralisado há mais de 25 anos agora está muito próximo de acontecer”, afirmou o ministro à Bloomberg News, na Malásia, nesta segunda-feira. Restam apenas detalhes finais para a assinatura do protocolo sanitário.

Requisitos de saúde e certificações

O Brasil já foi declarado livre de febre aftosa sem vacinação, condição considerada crucial para atender às exigências do mercado japonês, um dos mais lucrativos e seletivos para carne bovina. “O Brasil está na fase final do protocolo sanitário e, assim que concluído, o mercado será aberto”, explicou Fávaro, que espera a formalização até o fim do ano.

Implicações para o comércio internacional de carne bovina

A entrada da carne brasileira no Japão pode ampliar a demanda por produtos nacionais, garantindo maior compensação frente às limitações impostas pelos EUA. Este país, que é um dos principais fornecedores globais, enfrenta atualmente uma grave escassez de gado, elevando os contratos futuros de carne e eliminando bilhões de dólares em lucros dos frigoríficos americanos.

Enquanto isso, os Estados Unidos divulgaram um plano para reforçar sua produção de carne bovina e ampliar a cota de exportação da Argentina, buscando manter sua competitividade no mercado global. Apesar do tarifão de 50% imposto pelos EUA, as exportações brasileiras cresceram em setembro e no acumulado de 2025, refletindo a força do setor.

Repercussões regionais e negociações bilaterais

O avanço nas negociações com o Japão ocorre após visitas de autoridades japonesas ao Brasil para inspeções sanitárias. O presidente Lula participou ativamente do processo, afirmando que “o Brasil está pronto” para atender às exigências do mercado nipônico. A retomada do diálogo também exige que o Brasil reabra negociações com Tóquio, agora sob nova liderança, com a eleição de Sanae Takaichi como primeira-ministra.

Especialistas e empresários do setor, como Gilberto Tomazoni, presidente da JBS, destacam o potencial do mercado japonês, que valoriza cortes nobres e produtos de alta qualidade. “Seria ótimo para o Brasil, porque o Japão é um mercado premium”, afirmou Tomazoni, ressaltando que estabelecer relações duradouras no Japão pode levar tempo devido às exigências do mercado.

Impactos e perspectivas futuras

Desde o início do terceiro mandato de Lula, em 2023, o Brasil abriu 466 novos mercados de exportação, com expectativa de alcançar 500 até o final de 2026. A liberação do mercado japonês fortalecerá ainda mais essa estratégia de expansão global.

Para o Brasil, a abertura ao Japão representa uma oportunidade de diversificação de destinos, aumentando o valor agregado e reduzindo a dependência de mercados tradicionais. O governo e o setor privado aguardam a conclusão do protocolo para impulsionar as vendas e consolidar o Brasil como líder mundial na exportação de carne bovina.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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