IPCA registra queda de 0,11% em agosto e aponta primeira deflação do ano

Os preços de bens e serviços no Brasil caíram 0,11% em agosto, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado, divulgado nesta quarta-feira (10/9), representa a primeira deflação registrada neste ano, após sete meses dealta contínua de preços. O resultado ficou 0,37 ponto percentual abaixo da inflação de julho, que foi de 0,26%, e foi abaixo das expectativas do mercado.

Variação do IPCA em 2025 e expectativas futuras

De janeiro a agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 3,15%, enquanto em 12 meses o índice ficou em 5,13%. A mediana das projeções do relatório Focus, do Banco Central, era de uma queda de 0,15% para agosto, indicando uma expectativa de estabilização ou leve recuo nos preços.

  • Janeiro: 0,16%
  • Fevereiro: 1,31%
  • Março: 0,56%
  • Abril: 0,43%
  • Maio: 0,26%
  • Junho: 0,24%
  • Julho: 0,26%

O que é o IPCA

  • O IPCA, criado em 1979 pelo IBGE, é considerado o principal termômetro da inflação oficial do país e utilizado pelo Banco Central para definir a política de juros.
  • Ele mede a variação mensal dos preços de uma cesta de produtos e serviços, incluindo transporte, alimentação, habitação, saúde, educação, entre outros.
  • O índice abrange dados de cidades que representam cerca de 90% da população urbana brasileira.
  • A divulgação do IPCA referente a setembro está prevista para 9 de outubro.

Impacto da redução na energia elétrica e outros fatores

O desempenho negativo do IPCA em agosto foi puxado pela queda na energia elétrica residencial, que recuou 4,21%. Essa redução ocorreu devido à incorporação do Bônus de Itaipu nas tarifas, creditado nas contas de agosto, enquanto a bandeira tarifária vermelha patamar 2 permaneceu em vigor, acrescentando R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

Além da energia, os grupos de alimentos e bebidas (-0,46%) e transportes (-0,27%) também apresentaram quedas significativas, sendo responsáveis por uma influência de -0,30 ponto percentual no índice. Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IPCA, “sem esses grupos, o resultado de agosto teria sido de 0,43%”.

Análise do mercado e projeções para o futuro

Apesar do recuo em agosto, as expectativas do mercado financeiro para a inflação de 2025 ainda divergem da meta estabelecida pelo Banco Central. O relatório Focus, divulgado em 8 de setembro, aponta uma previsão de 4,85% para o IPCA este ano, com uma probabilidade de 70% do índice ultrapassar o limite superior da meta, que é de 3,25% a 4,75%.

O Banco Central tem usado a taxa básica de juros, a Selic, vigente em 15% ao ano, como instrumento para controlar a inflação. No entanto, a instituição reconhece que há desafios para cumprir a meta em meio às pressões econômicas recentes.

Segundo informações do relatório Focus, as projeções estão se alinhando lentamente às expectativas do governo, indicando uma trajetória de estabilidade, mas ainda com riscos de alta.

O cenário atual reforça a importância das políticas econômicas na manutenção da inflação sob controle e na busca por um crescimento equilibrado para o próximo período.

Fonte: Metrópoles

Com informações do Jornal Diário do Povo

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