IPCA de setembro fica abaixo das expectativas e reforça previsão de inflação dentro da meta
A inflação oficial, medida pelo IPCA, registrou uma variação de 0,48% em setembro, abaixo das estimativas do mercado, que apontavam para 0,55%. A desaceleração reforça a expectativa de que a inflação fechará 2024 dentro do teto da meta, próximo de 4,5%, avalia André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.
Queda na inflação dos alimentos impulsiona perspectiva de desaceleração
Dados indicam que o grupo Alimentação e Bebidas teve a quarta queda mensal consecutiva, de 0,26%. No âmbito doméstico, a deflação foi ainda maior, de 0,41%. Segundo Braz, essa redução na inflação de alimentos, que impacta principalmente as famílias de baixa renda, contribui para um quadro mais favorável na busca pelo controle dos preços.
Fatores que influenciam a inflação de alimentos
Entre os itens que apresentaram maior queda estão os produtos in natura, devido à sazonalidade, embora Braz destaque que a valorização do real frente ao dólar também tem ajudado na redução dos preços. “A oferta de alimentos tende a permanecer elevada, já que não há desafios climáticos como El Niño ou La Niña previstos neste momento”, explica.
Volatilidade na energia elétrica e cenários futuros
Contudo, Braz lembra que o mês de setembro foi marcado por volatilidade na energia elétrica, decorrente do bônus de Itaipu em agosto, que elevou os preços em mais de 10% no mês passado. Ainda assim, a tendência de desaceleração da inflação no acumulado de 12 meses, de 5,17%, indica que os valores devem se manter próximos ou abaixo do limite de 4,5% até o final do ano.
“Se a trajetória continuar, a inflação provavelmente ficará bem abaixo de 6% no início de 2025, o que já seria uma melhora significativa”, afirma o especialista, ressaltando a importância do menor impacto dos alimentos na formação dos preços.
Cenário externo e política comercial
Braz também destaca que a reaproximação entre Brasil e Estados Unidos, favorecendo a abertura de novos mercados, pode reduzir a oferta interna de alimentos, atenuando as quedas de preços. Segundo ele, “a diminuição do excedente exportado é um fator que pode limitar a baixa dos preços, mas a recuperação da balança comercial é fundamental para manter o câmbio estável e conter a inflação”.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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