Inflação no Brasil desacelera com valorização do real e novos cortes na Selic em perspectiva
A inflação brasileira apresentou sinais de desaceleração, influenciada pela valorização do real – que neste mês soma 3,4% de ganhos frente ao dólar – e por revisões nas projeções do IPCA para 2025. Especialistas afirmam que o cenário favorece uma discussão sobre eventual redução da taxa básica de juros ainda neste ano, embora a autoridade monetária mantenha cautela.
Perspectivas de redução da inflação e política monetária
André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, revisou sua previsão para o IPCA de 2025 de 4,99% para 4,86%. Ele destaca que a valorização recente do real pode permitir uma queda no preço da gasolina pela Petrobras, aliviando a pressão inflacionária. “Esse movimento do câmbio pode contribuir para a desaceleração do índice”, afirmou.
Embora o IPCA ainda esteja levemente acima do teto da meta de 4,75% para 2025, as análises indicam espaço para debate sobre uma redução da Selic, que atualmente está em 15% ao ano. Segundo Galhardo, “há sinais qualitativos que podem viabilizar uma redução já na última reunião do Copom deste ano”, em dezembro.
Projeções revisadas por investidores e cenário para a política de juros
Outras instituições também ajustaram suas projeções. A Monte Bravo revisou a expectativa do IPCA de 5,3% para 5,0%, enquanto a XP reduziu sua previsão de 5,0% para 4,8%, após surpresas de queda nos dados de inflação. Alexandre Maluf, economista da XP, afirma que o Ciclo de cortes da Selic deve começar só em janeiro de 2026, com a taxa mantida em 15% ao longo de 2025.
Do ponto de vista setorial, André Braz, coordenador de Índices de Preços da FGV IBRE, avalia que a desaceleração no índice de 12 meses até julho é um bom sinal e espera continuidade na tendência de queda nos próximos meses. “Nossa taxa Selic está bastante alta, 15% ao ano, e quanto antes uma redução ocorrer, melhor”, comentou, destacando a possibilidade de ajuste só em 2026.
Outros fatores influenciando o cenário econômico
André Valério, economista sênior do Banco Inter, reforça a expectativa de que o Copom inicie o ciclo de cortes na taxa de juros na reunião de dezembro, com um recuo de meio ponto. No entanto, a decisão depende de sinais mais evidentes de desaceleração da atividade econômica e do crédito. “O resultado de julho, com uma maior deflação em alimentos e vestuário e inflação menor em habitação, traz alívio para o Comitê”, afirmou.
Segundo análise de especialistas, a combinação de fatores positivos indica que o Brasil pode avançar rumo a uma inflação mais controlada e a uma política monetária mais favorável nos próximos meses, ajudando a economia a caminhar na direção de uma maior estabilidade.
Mais detalhes sobre o cenário econômico e projeções atualizadas podem ser acessados em este link.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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