Índice de atividade econômica avança pelo quarto mês seguido
O Índice de Atividade Econômica (IBC-br), considerado uma prévia do produto interno bruto (PIB), registrou aumento de 0,2% em abril, após três meses de crescimento consecutivo, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. Apesar do avanço, o dado de abril mostra uma desaceleração, pois a variação ficou abaixo do 0,7% de março, embora tenha superado a expectativa média do mercado.
Desaceleração do crescimento indica cenário ambíguo para a economia brasileira
O resultado do IBC-br reforça as preocupações com uma possível moderação na atividade econômica. Como explica o economista Luís Otávio Leal, da G5 Partners, a dúvida reside no que acontecerá nos próximos meses. “De um lado, temos uma política monetária altamente contracionista e diversas incertezas internacionais; de outro, o mercado de trabalho permanece robusto e o governo tenta sustentar a demanda agregada”, afirma Leal, em relatório ao mercado.
Projeções e impacto no cenário do Copom
Segundo Leal, os dados reforçam a expectativa de um crescimento mais moderado do PIB no segundo trimestre, projetado em 0,4%. Ele explica que o desempenho mais fraco do indicador de abril apoia a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), cuja maioria dos analistas espera uma pausa na alta da taxa de juros.
“Este resultado confirma que o Banco Central deve interromper o ciclo de alta dos juros, já que o número é fraco, mas não altera a visão geral, pois as informações mais relevantes vieram na semana passada”, afirma o economista.
Indicadores sinalizam desaceleração e desafios fiscais
Juliana Inhasz, professora do Insper, observa que o dado do IBC-br reflete o esforço do governo em equilibrar contas públicas enquanto tenta manter a economia aquecida, por meio de aumento de gastos e estímulos ao consumo. “O crescimento, embora ainda positivo, mostra sinais de desaceleração, sobretudo na indústria, que caiu 1,1%, um indicativo preocupante da atividade mais fraca”, destaca a especialista.
Ela também ressalta que, apesar da projeção de crescimento do PIB ser revista para cima pelo Focus, o ritmo de aceleração deve diminuir, e o cenário fiscal é cada vez mais delicado. “Há uma percepção clara de que o crescimento está baseado em desequilíbrios fiscais, o que é um risco para a estabilidade econômica”, alerta Inhasz.
Perspectivas futuras e riscos inflacionários
De acordo com o relatório do Itaú divulgado nesta manhã, o cenário doméstico mantém sinais ambíguos. O mercado de trabalho permanece forte, mas o PIB do primeiro trimestre ficou abaixo do consenso, e os dados iniciais do segundo trimestre indicam arrefecimento da atividade. Apesar do aumento na estimativa de crescimento, o banco aponta que o balanço de riscos para a inflação continua equilibrado, com maior volatilidade do que o usual.
Para a próxima reunião do Copom, as expectativas apontam para manutenção da taxa de juros em nível elevado, com possibilidade de retomar o ciclo de alta caso o cenário inflacionário se deteriorar, reforçando a estratégia de política monetária contracionista, segundo analistas do setor financeiro.
Mais informações e análises sobre o desempenho econômico do Brasil podem ser acessadas em o site do Banco Central e no artigo completo no Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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