Incêndio em subestação no Paraná causa apagão nacional

Um incêndio em uma subestação do Paraná, ocorrido às 0h32, provocou um apagão que afetou diversas regiões do Brasil, interrompendo aproximadamente 12% do consumo de energia momentâneo. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a falha causou a desconexão entre Sul e demais regiões do país, levando ao desligamento de 9,7 gigawatts (GW) de energia.

Detalhes do incidente e reação do sistema elétrico

O incêndio aconteceu em uma área da Copel, mas atingiu uma estrutura com múltiplos proprietários. A Eletrobras informou que o Corpo de Bombeiros do Paraná controlou as chamas, enquanto o ONS declarou que o evento foi causado por uma “falha técnica pontual em equipamento da subestação” e classificou como um fato isolado com resposta rápida do sistema de proteção.

Com a interrupção, a interligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste foi suspensa, deixando o sistema elétrico desequilibrado e impactando estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Para evitar maiores danos, foi acionado o Schema Regional de Alívio de Carga (Erac), que controlou a redução temporária no consumo de energia, garantindo a estabilidade até a recomposição total do sistema.

Previsões e respostas das autoridades

Em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que “não foi falta de energia”, e que o sistema respondeu adequadamente às falhas. Ele destacou que a normalização total ocorreu em cerca de uma hora, com o fornecimento restabelecido na maior parte do país, enquanto a região afetada voltou à normalidade por volta das 2h.

O ministério também comunicou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviará técnicos ao Paraná para investigar as causas do incêndio e que processos de fiscalização foram instaurados para responsabilização.

Impactos e análises do episódio

O especialista em energia elétrica, Ivan Camargo, explicou que incêndios em reatores são eventos relativamente comuns, mas que, dessa vez, uma falha maior teria agravado a situação, revelando vulnerabilidades na infraestrutura do setor elétrico.

Já a diretora do Instituto Ilumina, Clarice Ferraz, reforça a necessidade de reforçar a manutenção e investir em fiscalização, apontando que a frequência de apagões tem aumentado devido à insuficiência de recursos e planejamento no setor.

Consequências práticas e reflexões

O apagão gerou consequências diretas, como o desabastecimento de água em partes de São Paulo, onde a estação de bombeamento Santa Inês ficou sem energia por cerca de oito minutos. O Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, também ficou às escuras, com as luzes do terminal sendo apagadas repentinamente, afetando cerca de 730 mil clientes na área de concessão da Light e Enel.

Em Ceará, quase 1 milhão de consumidores sofreram o impacto, enquanto no Distrito Federal a interrupção atingiu 35% dos clientes. Essas ocorrências reforçam os alertas sobre a fragilidade da infraestrutura de transmissão de energia, que demanda atenção urgente para evitar novos episódios iguais ou piores.

Perspectivas futuras e ações de fiscalização

O ONS anunciou que o relatório sobre o incidente será concluído em 30 dias para uma análise aprofundada das causas, em especial, por que o problema, considerado de origem pontual, gerou uma cascata de falhas na rede. Além disso, a Aneel irá reforçar as inspeções em subestações para evitar que eventos semelhantes se repitam.

Especialistas do setor alertam que a resposta imediata deve ser mais eficiente, requerendo melhorias na manutenção, fiscalização e comunicação do sistema elétrico brasileiro. Como destacou a diretora do Ilumina, “é fundamental investir em mão de obra qualificada e em instrumentos que reforcem a resiliência do sistema”.

Mais informações sobre o apagão e suas causas podem ser conferidas no artigo completo no Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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