Impacto das tarifas sobre exportações dos EUA será avaliado pelo governo brasileiro
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta sexta-feira (11/7) que a eventual implementação de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos pode afetar os preços no mercado doméstico. Caso a medida entre em vigor em 1º de agosto, há possibilidade de redirecionamento de produtos como café e carne bovina ao mercado interno, aumentando a oferta e, potencialmente, gerando efeitos deflacionários.
Potenciais efeitos da tarifa de 50% sobre o mercado interno
Durante a apresentação do Boletim Macrofiscal de junho, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), Mello destacou que, se confirmada, a medida pode levar parte da produção exportável a ser direcionada ao consumo interno, o que aumentaria a oferta de alguns produtos e influenciaria os preços.
“Caso a tarifa se confirme, é possível que parte da produção que era destinada à exportação seja direcionada ao mercado doméstico, o que poderia impactar os preços e gerar efeitos deflacionários”, afirmou o secretário.
Apesar da incerteza, Mello ressaltou que a equipe do Ministério da Fazenda fará simulações de impacto assim que houver mais clareza quanto à implementação da tarifa. Ele também comentou que o impacto se restringiria a produtos que atualmente representam cerca de 12% das exportações do Brasil para os EUA, como óleos de petróleo, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, aeronaves e máquinas para energia.
Transição e reação do mercado brasileiro
Segundo Mello, há um processo de transição natural na relação comercial com os EUA, em que o Brasil busca novos mercados de exportação enquanto o mercado interno pode atuar como um amortecedor.
“O Brasil tem uma vantagem de ser um mercado consumidor grande e dinâmico, capaz de absorver parte da produção que antes era exportada”, concluiu.
Projeções econômicas e impacto no crescimento
A Secretaria de Política Econômica observa que as projeções para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 subiram de 2,4% para 2,5%, refletindo a resiliência do mercado de trabalho no segundo trimestre, apesar da desaceleração prevista no ritmo de crescimento, que deve ficar em torno de 0,6% nesse período.
O documento também indica que a inflação deve se manter controlada, com projeções para o IPCA de 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, além de variações semelhantes para o INPC e o IGP-DI.
Previsões para 2025 e 2026
2025
- PIB real: 2,5%
- IPCA (inflação): 4,9%
- INPC: 4,7%
- IGP-DI: 4,6%
2026
- PIB real: 2,4%
- IPCA: 3,6%
- INPC: 3,3%
- IGP-DI: 5%
Barreiras tarifárias elevadas podem afetar setores específicos, mas o impacto na estimativa de crescimento de 2025 é considerado limitado, segundo a avaliação do governo.
Para mais informações, confira o fonte original.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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