Ifood obtém aprovação do Cade para compra de 20% da CRMBonus

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o projeto do iFood de comprar 20% da CRMBonus, empresa fundada por Alexandre Zolko, sem impor restrições à operação. A decisão ocorreu apesar das reclamações de plataformas concorrentes, que alertaram para possíveis riscos ao mercado.

Detalhes da aprovação e análise do Cade

Segundo a Superintendência-Geral do Cade, a análise aprofundada foi necessária devido à participação do iFood ser superior a 30% em integrações envolvendo softwares de CRM e plataformas de delivery. Contudo, o órgão considerou que as empresas que oferecem serviços de CRM atuam em diversos setores econômicos, não dependendo exclusivamente do setor de delivery de alimentos ou itens de mercado. Como resultado, o Cade entendeu que a operação não consolidaria o mercado de soluções de CRM, afirmando: “Dessa forma, o iFood não teria capacidade de fechar o mercado de demanda por soluções de CRM”.

Preocupações das plataformas rivais

Durante o processo, outras plataformas como Rappi, 99Food e Aiqfome demonstraram preocupações. A Rappi destacou que a operação “pode representar um risco concorrencial relevante, sobretudo em mercados marcados por efeitos de rede e economias de escala”.

Já a Aiqfome, controlada pelo Magalu, afirmou que “a aquisição de participação, mesmo que minoritária, da CRMBonus pelo iFood é prejudicial à concorrência, pois reforça ainda mais os efeitos de lock-in e dificulta o uso de múltiplas plataformas”.

Risco de fechamento de mercado e efeitos de lock-in

A plataforma rival apontou que a integração de ferramentas de fidelização, aliado a subsídios cruzados e ao efeito de aprisionamento (lock-in), pode consolidar um ecossistema dominante, prejudicando a rivalidade futura e o bem-estar do consumidor a longo prazo.

Conforme a Aiqfome, mesmo o iFood sendo minoritário na Shopper, a influência da plataforma teve impacto na estratégia da concorrente, que passou a adotar contratos de exclusividade após a venda parcial.

Repercussões e próximos passos

A aprovação oficial do Cade reflete uma avaliação de que o negócio não ameaça de forma significativa a competição, embora os adversários mantenham o alerta de possíveis efeitos anticompetitivos com o fortalecimento do iFood na plataforma de CRM e fidelização.

O órgão de defesa da concorrência informou que a operação segue sob monitoramento e que novas avaliações poderão ser feitas dependendo do desenvolvimento do mercado e de possíveis impactos futuros. A decisão consiste em um sinal para o setor de delivery, que continua em meio à consolidação de grandes players.

Mais detalhes podem ser conferidos na matéria completa no Fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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