Ibovespa atinge nova máxima histórica de 149.540 pontos

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou nesta sexta-feira em uma nova máxima nominal, aos 149.540 pontos, com alta de 0,51%. Durante toda a semana, o indicador atingiu patamares inéditos, valorizando-se 24,3% no ano, superando a rentabilidade de investimentos em renda fixa, e encerrando os cinco dias em recorde após 20 confirmações de máximas históricas.

Razões para as máximas do Ibovespa

A valorização contínua do índice tem sido impulsionada por fatores internos e externos. O recente ciclo de flexibilização dos juros nos Estados Unidos tem atraído capitais para a bolsa brasileira, afirmam analistas, enquanto um ambiente global mais otimista, devido ao arrefecimento das tensões na guerra comercial entre EUA e China, favorece as ações locais.

Fernando Siqueira, estrategista-chefe da Eleven Financial, explica: “A economia americana está mais fraca, mas sem caminho de recessão. Europa, China e grandes eventos internacionais mostram um quadro favorável.” Ele destaca ainda que, apesar do ruído nas negociações comerciais, os riscos temporários e pontuais com a China diminuíram, aumentando o apetite a risco no mercado mundial.

Marcelo Freller, estrategista do C6 Bank, ressalta que a redução do risco global, promovida pelo otimismo com acordos comerciais, reforça a entrada de capitais em mercados emergentes. “O ciclo de queda de juros iniciado em setembro pelos EUA também faz do Brasil um destino mais atraente para investimentos internacionais.”

Impacto do cenário externo na bolsa brasileira

O movimento de queda na taxa de juros norte-americana, que permite uma busca por maiores retornos em países emergentes, é um dos principais estímulos ao desempenho do Ibovespa. Com o dólar mais controlado e menos dólares disponíveis globalmente, o valor da moeda americana sobe, tornando ativos de países considerados mais seguros, como o Brasil, mais atrativos.

Além disso, a redução tarifária entre grandes economias e a diminuição de tensões comerciais ajudam a melhorar o cenário para os negócios aqui no Brasil. Empresas que divulgarem bons resultados, como Vale, Ambev e bancos como Santander, também impulsionaram o avanço do índice nesta semana, com maior volume de negociações.

Resultados corporativos e expectativas para o mercado

A temporada de resultados do terceiro trimestre reforçou o bom ambiente na Bolsa, com empresas como Vale apresentando lucro 9% maior e perspectivas de distribuição de dividendos extraordinários. Segundo Siqueira, esses resultados contribuem para manter a alta do índice e reforçam a confiança dos investidores.

Fernando Fontoura, gestor da Persevera Asset, destaca que, apesar das novas máximas nominais, o mercado ainda está longe de atingir os múltiplos de lucro máximos de períodos anteriores, o que indica potencial de valorização ainda não totalmente explorado.

Perspectivas para o ciclo de juros no Brasil

Espera-se que a expectativa de redução na taxa básica de juros (Selic), prevista para começar em janeiro do próximo ano, também favoreça a bolsa. Com indicadores de desaceleração econômica e queda do desemprego, analistas acreditam que o ciclo de cortes de juros será iniciado em breve, atraindo ainda mais investimentos em ações.

Segundo Ricardo França, da Ágora, essa antecipação já se reflete em fundos multimercados, que aumentaram sua exposição à renda variável, e deve sustentaro desempenho positivo do mercado acionário brasileiro.

Para saber mais detalhes sobre a nova máxima do Ibovespa, acesse esta matéria.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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