IA transforma mercado de trabalho e exige novas habilidades

A adoção da inteligência artificial (IA) por empresas internacionais, como Accenture, IBM e Amazon, demonstra que a tecnologia está mudando radicalmente o mercado de trabalho. Enquanto essa transformação aumenta a eficiência, também traz desafios para trabalhadores e gestores, que precisam entender quais competências serão essenciais na nova era.

IA em todos os setores, mas sem preparação adequada

Mais da metade das organizações pesquisadas indicam que a IA já orienta a tomada de decisões diárias, mas apenas 38% acreditam que seus funcionários estão totalmente preparados para utilizá-la. Essa disparidade revela uma lacuna entre a dependência tecnológica e a capacitação dos colaboradores, especialmente em áreas operacionais e de atendimento ao cliente, onde a automação avança rapidamente.

Os dados também apontam que, embora muitas empresas dependam internamente da IA, apenas 27% dos recrutadores se sentem confortáveis ao contratar candidatos que utilizam ferramentas de IA na busca por vagas ou na preparação de currículos. Essa contradição evidencia que a adaptação às novas tecnologias ainda é um desafio tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

Desafios na requalificação e na contratação

Apesar do avanço tecnológico, muitas organizações continuam recrutando com base em critérios tradicionais, como diplomas e experiências passadas, ignorando as novas habilidades exigidas pelos empregos do futuro. Segundo pesquisas, 86% dos empregadores oferecem treinamentos internos, porém apenas 36% destacam habilidades relacionadas à IA nos requisitos de cargos de nível básico.

Para prosperar nesse cenário, é fundamental que os profissionais desenvolvam o que chamo de “fluência em IA humana”, ou seja, a capacidade de trabalhar com sistemas inteligentes, questionar seus resultados e evoluir junto às inovações. Essa competência combina julgamento humano com a lógica das máquinas, formando a nova base para a empregabilidade.

Confiabilidade e requalificação: fatores-chave

Outro ponto importante é a criação de ambientes de trabalho que promovam a confiança na tecnologia. Organizações com governança sólida e níveis altos de confiança são quase o dobro mais propensas a obter ganhos em desempenho e inovação, conforme apontam as pesquisas.

Além disso, a busca por requalificação ganha destaque, especialmente em áreas como marketing, vendas e atendimento ao cliente, onde o impacto da automação é mais evidente. Aprender novas habilidades, com segurança e autonomia, permite que os funcionários se adaptem às mudanças sem medo de perder seus empregos.

Novas funções e alianças entre humanos e máquinas

O futuro do trabalho, segundo especialistas, envolverá funções híbridas, como tradutores de IA e coaches digitais, que unem o discernimento humano à capacidade das máquinas. A contratação dessas novas funções mostra que o diferencial será a combinação de habilidades técnicas e bom senso, não apenas o domínio de códigos.

Por fim, a experiência indica que empresas que investem na criação de oportunidades de aprendizado em projetos reais, incentivando a experimentação, obtêm melhores resultados na adaptação às mudanças e na retenção de talentos. Assim, a confiança mútua e a capacidade de redefinir papéis serão essenciais para o sucesso neste novo contexto.

Para mais informações, acesse o artigo completo no site do O Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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