Harvard amplia receita com programas de educação executiva
A Universidade de Harvard aumentou significativamente sua participação na receita proveniente de programas voltados à educação executiva e contínua, uma estratégia que oferece à instituição uma tábua de salvação enquanto enfrenta uma das maiores crises financeiras de sua história. Essas atividades representam uma parcela crescente do seu faturamento, reduzindo a dependência de recursos federais e ampliando sua atuação internacional.
A expansão da educação executiva e suas implicações
Dados da própria Harvard revelam que, no último ano, os programas de educação profissional e continuada geraram cerca de US$ 600 milhões, valor que supera os US$ 155 milhões registrados há duas décadas. Essa evolução mostra a crescente importância dessas atividades na sustentabilidade financeira da universidade.
Origem e influência dos programas de educação executiva
Esses cursos incluem treinamentos presenciais e online voltados para gestores e profissionais que buscam aprimorar habilidades de liderança, gestão ou atualização tecnológica. Muitos participantes, especialmente estrangeiros, pagam valores elevados — programas de longa duração podem custar até US$ 150 mil — financiados por recursos próprios ou por patrocinadores corporativos.
Anteriormente, a Harvard dava maior ênfase à educação profissional voltada à formação de empresários e dirigentes, com programas que variam de certificações de curta duração a treinamentos avançados. Em 2024, esses cursos representaram 42% da receita líquida de mensalidades e taxas da instituição, crescimento expressivo frente aos 26% de 2005.
Resiliência frente às dificuldades financeiras e cortes de verbas
Essa estratégia tem se mostrado crucial diante de dificuldades, como o corte de mais de US$ 2,6 bilhões em financiamento federal feito pelo governo Trump, que tentou suspender bolsas e restringir matrículas de estudantes estrangeiros. Os programas de educação continuada e executiva se consolidaram como fontes de recursos relativamente protegidos dessas tentativas de cortes, garantindo parte das receitas da universidade.
Enquanto isso, a receita dessas atividades cresce, contribuindo com US$ 245 milhões em 2024, além de US$ 70 milhões de cursos online, que atualmente têm mais de 42 mil alunos matriculados, número mais que o dobro registrado em 2019. Essas iniciativas também fortalecem a presença internacional de Harvard, uma vez que cerca de 70% dos estudantes de seus programas executivos são de outros países.
Investimentos e apoio de bilionários
O apoio de grandes empresários e doadores é fundamental para esses projetos. Ex-alunos como André Esteves, CEO do Banco BTG Pactual, financiou a reforma de uma residência na Harvard Business School, que leva seu nome, além de bolsas de estudos para estudantes brasileiros. A Tata Companies também doou US$ 50 milhões para a construção de novos edifícios na universidade.
Esses investimentos demonstram a importância do relacionamento da elite empresarial com Harvard, especialmente em períodos de instabilidade econômica. Segundo especialistas, a reputação de Harvard como centro de educação executiva e de formação continuada é uma garantia de sustentabilidade financeira diante de ataques políticos e do recuo das verbas públicas.
Perspectivas e desafios futuros
Com a crescente demanda internacional e a expansão de ofertas online, Harvard espera que a educação executiva continue a ser uma fonte importante de receita. No entanto, a universidade também enfrenta complexidades, como o impacto das políticas norte-americanas, a flutuação do fundo patrimonial e as crises econômicas globais que prejudicam doações.
Assim, a diversificação de receitas por meio de programas de alta qualidade e o fortalecimento da relação com executivos bilionários aparecem como estratégias essenciais para assegurar a continuidade do seu modelo de ensino e pesquisa, mesmo em tempos de incertezas econômicas.
Para mais detalhes, consulte a matéria completa no Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
Share this content:
Publicar comentário