Haddad defende asfixiar fontes de financiamento do crime organizado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (31), em São Paulo, que combater de forma eficaz o crime organizado exige “asfixiar as fontes de financiamento”. A declaração ocorreu após a divulgação dos resultados finais da Operação Fronteira, que envolveu uma ação conjunta da Receita Federal e outras agencias de segurança pública.
Combate ao financiamento do crime organizado
Durante a entrevista, Haddad ressaltou que, além de ações na territorialidade e cumprimento de mandados de prisão, é fundamental agir diretamente nas fontes de recursos do crime. “A gente tem falado muito para os governantes que, além da questão territorial e além de cumprir mandado de prisão, se não asfixiar o financiamento do crime organizado não vai dar certo”, declarou.
“Não adianta só o chão de fábrica, nós precisamos chegar nos CEOs. Os CEOs do crime organizado precisam pagar também pelo que fazem. Se não chegar na gerência, na diretoria, no CEO, você terá esse dinheiro voltando a abastecer o crime organizado”, afirmou Haddad.
Operação Fronteira e suas ações
A operação, que começou em 22 de outubro e foi considerada a maior de vigilância em pontos de fronteira terrestres, marítimos e aéreos, resultou na prisão de 27 pessoas, além da apreensão de 213 mil litros de bebidas adulteradas e mais de 3 toneladas de drogas, segundo dados da Receita Federal. Foram também interceptadas mais de mil armas de fogo, com algumas sob guarda das Forças Armadas após descoberta de um plano de furto.
Haddad destacou que o esforço conjunto envolveu o apoio dos governos do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de diversas instituições federais. “Tudo foi realizado com parceria federativa, sem olhar para partido político de quem quer que seja, fazendo com que os órgãos de estado trabalhassem cooperativamente nas regiões de fronteira”, afirmou.
Medidas contra sonegadores e a criminalidade
O ministro também fez um apelo ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para que seu partido, o PL, aprove a lei do devedor contumaz. Segundo Haddad, essa lei aprimora o combate à sonegação fiscal, que muitas vezes está ligada ao crime organizado no estado.
“O devedor contumaz é uma palavra chique para falar do sonegador. E, por trás do sonegador, o que tem na verdade é o crime organizado”, explicou Haddad. “Precisamos atuar em todas as camadas do crime”, completou, reforçando a importância da lei aprovada.
Transparência e fortalecimento do controle financeiro
Para dificultar a evasão de recursos ilícitos, a Receita Federal publicou uma portaria obrigando fundos a divulgarem os CPFs dos beneficiários. “Agora todos os fundos vão ser obrigados a dizer até o CPF. Assim, se houver esquema de pirâmide ou controle de fundos fraudulento, teremos acesso à pessoa por trás”, destacou Haddad, ressaltando que a medida aumenta o poder de fiscalização.
Resultados da Operação Fronteira
Segundo o ministro, os esforços resultaram na apreensão de mais de R$ 160 milhões em mercadorias ilegais, além de evitar a circulação de armas, drogas e equipamentos de alto valor. Ele destacou que a operação foi realizada de forma integrada com várias forças de segurança, sem conflito ou intervenção extrema, promovendo uma ação coordenada e eficaz.
“A operação envolveu 60 municípios de 20 estados, com o apoio do Exército, Marinha, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,Polícias Estaduais e outros órgãos de controle. Este trabalho cooperado é fundamental para enfrentar o crime organizado de forma estruturada e duradoura”, declarou Haddad.
Para o ministro, os resultados também refletem o fortalecimento das ações governamentais contra o crime, demonstrando que a combinação de inteligência, fiscalização e cooperação institucional é o caminho para reduzir a presença do crime organizado no país.
Mais informações sobre a operação podem ser acessadas em esta matéria da Agência Brasil.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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