Haddad avalia empréstimo aos Correios e trajetória política para 2026

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou nesta sexta-feira (12) a posição do governo em relação ao aval da União ao empréstimo solicitado pelos Correios a um grupo de bancos, condicionando-o a uma reestruturação completa da estatal. Em entrevista exclusiva, Haddad também revelou ter conversado com o presidente Lula sobre seus planos futuros e deixou claro que não pretende se candidatar às próximas eleições.

Reinvenção dos Correios e condições do empréstimo

Segundo Haddad, o apoio financeiro da União só será concedido se houver um compromisso firme por parte da alta administração dos Correios de promover uma reestruturação efetiva, com uma solução definitiva para os problemas da estatal. Ele reconheceu que, diante da forte concorrência das empresas privadas de entregas, os Correios precisam inovar e buscar novos serviços, como seguros e previdência, baseando-se na experiência de outros países.

“Os Correios precisam de uma reinvenção para agregar valor e garantir seu papel no mercado”, afirmou o ministro, destacando que o empréstimo será uma oportunidade de reestruturação, não uma simples saída emergencial.

Planejamento político e futuro profissional

Haddad revelou que sua primeira conversa com o presidente Lula sobre seus planos para 2026 ocorreu recentemente. Ele deixou claro que não tem interesse em disputar cargos eletivos e pretende colaborar com a campanha de reeleição do chefe do Executivo. O ministro ressaltou que Lula foi bastante receptivo à sua decisão e afirmou que respeitará qualquer escolha que Haddad fizer.

De acordo com fontes do PT, há uma sinalização de que o partido pode lançar Haddad para disputar o governo de São Paulo ou uma cadeira no Senado na próxima eleição.

Questões orçamentárias e dificuldades administrativas

Haddad também comentou sobre o atraso no pagamento de emendas parlamentares, atribuindo o problema à demora na aprovação do Orçamento deste ano e às novas regras de transparência imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele destacou que o orçamento engessado dificulta o trabalho do governo e reforçou a necessidade de ajustes na gestão fiscal do país.

Durante a entrevista, o ministro abordou ainda a questão da nomeação de novos dirigentes para o Banco Central (BC). Comentou que os nomes ainda não foram enviados ao Senado devido ao clima político, mas garantiu que as indicações serão técnicas. Haddad elogiou o esforço do presidente do BC, Gabriel Galípolo, na organização de temas como o caso Master e a regulação de fintechs.

Outros temas abordados

Haddad reconheceu que grande parte das exceções à regra fiscal foram provocadas por eventos imprevisíveis, como o socorro ao Rio Grande do Sul e o pacote de apoio às empresas afetadas por tarifas elevadas. Além disso, tentou justificar uma tentativa de negociar a reforma da previdência dos militares, que, segundo ele, não foi bem-sucedida, pois tentou relacionar gastos fora da meta às mudanças na aposentadoria dos militares.

Para o ministro, é fundamental buscar um equilíbrio na gestão das contas públicas, mesmo diante de crises laterais e cenários adversos. Ele afirmou que o governo continuará buscando alternativas para cumprir as metas fiscais, apesar dos desafios.

Perspectivas futuras

Haddad concluiu ressaltando a importância de estabilizar a economia e fortalecer o ambiente político para avançar nas reformas necessárias. Ele reforçou o compromisso do governo em manter o foco na responsabilidade fiscal e na modernização do setor público, esperando que as iniciativas atuais possam preparar o terreno para um crescimento sustentável.

Mais detalhes da entrevista, incluindo vídeos completos das declarações, podem ser acessados neste link.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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