Haddad aponta minerais e terras raras como potencial em negociações com EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (4) que as terras raras brasileiras e minerais críticos podem integrar acordos de cooperação bilateral com os Estados Unidos. A declaração ocorre em meio às discussões com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, prevista para esta semana, para tratar do tarifaço de 50% imposto ao Brasil.
Minerais críticos e terras raras na pauta de negociações com os EUA
Durante entrevista à BandNews, Haddad confirmou que a reunião com Bessent irá ocorrer nesta semana e revelou a possibilidade de que, até o dia 6, haja avanços nas negociações. “O Brasil possui minerais críticos e terras raras que podem fazer parte de acordos de cooperação com os Estados Unidos”, destacou.
Para o ministro, esses minerais são essenciais na produção de baterias elétricas e no setor de inteligência artificial, setores estratégicos para o desenvolvimento tecnológico do país. Segundo Haddad, o Brasil tem um potencial a ser explorado para fortalecer a relação comercial com os norte-americanos.
Política de tarifas e o contexto internacional
Política de polarização e politicagem
Haddad criticou a polarização do debate comercial e afirmou que, de maio a julho, a questão das tarifas foi politizada por setores de oposição, associando-a ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF. “Essa politização de taxas e tarifas é algo que nenhum outro país viveu, podendo comprometer as relações comerciais”, disse.
Ele também reforçou a defesa do Canadá, México e outros países que, segundo ele, não usam o instrumento tarifário para fins políticos, ressaltando que a política comercial deve preservar a soberania nacional e os interesses do país.
Diversificação e parcerias estratégicas
Haddad destacou que o Brasil vem diversificando sua pauta de exportações. Desde 2002, o peso dos EUA na pauta caiu de 25% para 12%, aumentando a independência comercial do país. “Temos mais equilíbrio e menos dependência, o que favorece nossa soberania”, afirmou.
Por outro lado, ele afirmou que o Brasil poderá ampliar sua participação no comércio bilateral e em investimentos estratégicos, sobretudo na produção de baterias e energia renovável. “Nossa tecnologia do Pix, por exemplo, virou um objeto de desejo mundial, e temos potencial para liderar nessa área”, observou.
Investimentos e cooperação internacional
Segundo Haddad, o país busca atrair investimentos da China, União Europeia e outros parceiros, defendendo a necessidade de manter uma postura de diversificação econômica. “Somos um país grande demais para ficar dependente de um bloco econômico único”, reiterou.
Ele reforçou também a importância de medidas de contingência para amenizar efeitos do tarifaço, com linhas de crédito e apoio setorial, sem impactar o equilíbrio fiscal. “Seguiremos nosso planejamento, protegendo setores estratégicos e buscando um acordo que defenda os interesses nacionais”, concluiu.
Para mais detalhes, acesse a fonte original aqui.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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