Guerra de preços na China coloca Tesla entre possíveis perdedoras
A intensa guerra de preços entre as montadoras chinesas, liderada pela BYD, sinaliza uma possível derrota para a Tesla no mercado chinês, avalia Ferdinand Dudenhöffer, professor e diretor do Centro de Pesquisa Automotiva (CAR), na Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha. A disputa, que começou como uma tentativa de ganhar espaço, pode levar a mudanças profundas no cenário automotivo da China.
Consequências da guerra de preços na China
Segundo Dudenhöffer, a estratégia da BYD visa estabelecer uma posição de monopólio, ao mesmo tempo em que as ações da empresa sofreram queda. “A luta da BYD é estabelecer algum tipo de posição de monopólio, mas o preço das ações caiu, indicando que a batalha está gerando instabilidade no setor”, explicou à reportagem do GLOBO. Apesar de o mercado ainda estar em fase de ajustes, a tendência é de maior consolidação entre os principais players chineses.
Haverá consolidação de montadoras na China?
Na avaliação do especialista, a quantidade excessiva de montadoras no mercado chinês faz com que nem todas consigam sobreviver nos próximos anos. “As grandes empresas têm efeitos de escala superiores, o que favorece sua expansão e melhor controle de custos”, afirma. Assim, muitas pequenas marcas podem acabar sendo absorvidas ou saindo do mercado devido às dificuldades financeiras.
Impacto na Tesla e nos concorrentes internacionais
Quanto à Tesla, Dudenhöffer acredita que a montadora americana será uma das maiores perdedoras na China nos próximos anos. “Seus veículos estão ficando obsoletos em comparação com as inovações chinesas, que oferecem tecnologia superior a preços mais competitivos”, afirmou. Essa mudança favorece as montadoras locais, que atraem consumidores com ofertas mais atrativas.
Previsões para o mercado brasileiro
Sobre a possibilidade de uma guerra de preços ocorrer também no Brasil, o especialista aponta que, devido aos custos mais elevados de produção aqui e em outros países como Tailândia, esse cenário deve ser limitado. “Não espero uma guerra de preços como na China, mas certamente haverá preços mais baixos e descontos maiores para os consumidores brasileiros”, conclui.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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