Governo tenta evitar votação de mérito do pacote fiscal de Haddad

O Palácio do Planalto busca ganhar tempo para negociar as medidas do pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após a derrota na votação de urgência do projeto que suspende o decreto de aumento do IOF. A estratégia visa evitar que o mérito do projeto seja analisado pelo plenário, enquanto tentam reduzir a resistência às medidas.

Pressão do Congresso e medidas compensatórias

Com a votação de urgência já precificada na Câmara, o governo quer evitar que o conteúdo do projeto seja discutido antes de eventuais ajustes. Parlamentares criticam as propostas que preveem o aumento de impostos, mas o governo tenta trabalhar por melhorias nas medidas apresentadas por Haddad. Segundo fontes, integrantes do Palácio e lideranças do PT buscam fazer alterações no texto para torná-lo mais palatável ao Legislativo.

Impactos fiscais e resistências

O decreto do IOF prevê uma arrecadação de aproximadamente R$ 6 bilhões, enquanto a medida provisória poderia gerar cerca de R$ 10 bilhões neste ano, e R$ 20 bilhões no próximo, incluindo a taxação de títulos como LCIs e LCAs, atualmente isentos.

Reações no Congresso e negociações

Na noite desta segunda-feira, a Câmara aprovou por 346 votos a 97 o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que susta os efeitos do decreto do governo que aumenta o IOF. A votação foi considerada uma derrota para o Planalto, que estimava uma margem superior a 300 votos favoráveis ao requerimento de urgência. Deputados aliados do governo alertam que há espaço para ajustes no texto para facilitar a tramitação.

Além disso, integrantes do governo e parlamentares petistas afirmam que há espaço para negociações e mudanças nas propostas de Haddad. O pré-acordo foi costurado em conversa entre os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com o presidente da Câmara, Hugo Motta, na tarde desta segunda.

situação internacional e missão do presidente Lula

Durante viagem ao Canadá para participar da Cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em contato com o Palácio do Planalto assim que pousou em Calgary. Ele buscava informações sobre o andamento da votação e os próximos passos nas negociações do pacote fiscal.

Perspectivas futuras

Enquanto a votação do mérito do projeto ainda não tem data marcada, o governo continua tentando reduzir a tensão criada pelos críticos às medidas fiscais. A expectativa é de que, após ajustes e negociações, o texto possa ser aprovado de forma mais tranquila, evitando um debate mais acalorado no plenário.

Para acompanhar os desdobramentos, o governo mantém diálogos constantes com lideranças e trabalha para aprovar o pacote sem maiores contratempos. A análise de mérito deve ser retomada em breve, com possibilidades de alterações que atendam às expectativas do Congresso e do setor financeiro.

Com informações do Jornal Diário do Povo

Publicar comentário