Governo investirá R$ 2,4 bilhões em equipamentos de saúde nacionais
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciou nesta segunda-feira (4) um investimento de R$ 2,4 bilhões na compra de mais de 10 mil equipamentos de saúde, destinados ao atendimento básico e cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As aquisições terão preferência por produtos fabricados no Brasil, com tecnologia nacional, mesmo que seus preços estejam entre 10% e 20% superiores aos importados.
Compra de equipamentos brasileiros e fortalecimento da indústria nacional
Segundo o MDIC, as compras públicas serão realizadas pelo Ministério da Saúde através de edital no âmbito do Programa de Contratação de Ações de Saúde (PAC-Saúde). O objetivo é estimular a produção local de dispositivos médicos, fortalecendo a economia brasileira e promovendo maior soberania no setor de saúde, conforme destacou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
“O governo do presidente Lula seguirá mobilizando todos os instrumentos para defender a economia brasileira, como é o caso das compras públicas, que têm um papel importante para fortalecer o setor de dispositivos médicos”, afirmou.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a ação reforça a necessidade de investir na indústria nacional para aumentar a soberania e garantir a segurança no setor de saúde.
“Este momento reforça a importância de fortalecer nossas empresas para garantir maior segurança sanitária e autonomia para o Brasil”, afirmou Padilha.
Impacto do tarifaço de Trump nos dispositivos médicos brasileiros
As exportações de dispositivos médicos brasileiros têm sido afetadas pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos (EUA), que começou a vigorar nesta quarta-feira (6), com uma tarifa de 50%. Na semana passada, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, alertou que as exportações ao mercado americano ficaram comprometidas.
“Nossa indústria enfrenta dois desafios: arcar com os custos das tarifas sem repassá-los aos consumidores ou buscar outros mercados, o que implica em obstáculos regulatórios”, comentou Fraccaro.
Enfoque nas compras públicas de dispositivos médicos
Ao promover a preferência por produtos nacionais, o governo lista itens essenciais para a atenção básica, além de 11 medicamentos utilizados em cirurgias e procedimentos oftalmológicos. No setor de atenção especializada, destacam-se equipamentos de precisão diagnóstica e terapêutica que garantam segurança em ambientes cirúrgicos ou de alta complexidade. As compras também visam integrar fluxos assistenciais especializados, incluindo cirurgias eletivas e oftalmologia de alta precisão.
Para a atenção primária, o foco é nos atendimentos mais eficazes e digitalmente integrados, estimulando ações de prevenção, diagnóstico precoce, reabilitação e resposta clínica ampla. Atualmente, o Brasil produz cerca de 45% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos, materiais e insumos de saúde, com meta de elevar essa produção para 50% até 2026 e 70% até 2033, conforme objetivos do governo.
Perspectivas e desafios futuros
O investimento nas compras públicas de dispositivos médicos brasileiros busca não apenas fortalecer o setor produtivo nacional, mas também assegurar maior autonomia e segurança no fornecimento de itens essenciais à saúde. A iniciativa reforça o compromisso do governo em impulsionar a indústria local em meio às tensões comerciais internacionais.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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