Governo busca produtos excedentes para mitigar efeitos do tarifaço nos EUA
O governo federal solicitou aos setores alimentícios afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos uma lista de produtos excedentes e os preços necessários para viabilizar compras governamentais ou subsídios de venda no mercado interno. A medida visa evitar perdas econômicas e garantir suporte ao setor, caso as negociações com Washington não tenham sucesso.
Reunião com representantes do setor alimentício e autoridades
A solicitação foi feita durante uma reunião no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira, liderada pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Gerald Alckmin. Participaram ministros da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Pesca, além de representantes de órgãos como a Conab, a Fazenda e a Apex.
Impacto do tarifaço nos EUA e ações do governo
Segundo Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, um plano de contingência será divulgado após o dia 6 de agosto, data em que a sobretaxa de 50% entra em vigor. A expectativa é que, se as negociações com os Estados Unidos não resultarem na redução ou exclusão de produtos da tarifa, o governo adotará medidas de apoio, como compras públicas e subsídios para venda no mercado interno.
O decreto que oficializou o tarifaço incluiu a exclusão de cerca de 700 produtos norte-americanos, entre eles suco de laranja, petróleo e aviões, no esforço de equilibrar os efeitos da tarifa, que impacta diversas áreas da economia.
Medidas de apoio aos setores afetados
Além de uma linha de crédito com juros subsidiados, o governo estuda comprar produtos perecíveis que deixarão de ser exportados aos EUA, como mel, frutas e pescados, ou mesmo subsidiar a venda no mercado interno para evitar perdas e cobrir custos de produção.
Soluções para os setores de pesca e agricultura
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado, Eduardo Lobo, disse ao GLOBO que enviará a lista de produtos excedentes ao governo na manhã desta terça-feira. No entanto, ele expressou ceticismo quanto à efetividade da medida, apontando dificuldades na capacidade de escoamento de peixes frescos e congelados pela Conab, além do tempo de implementação de compras públicas.
“Somos céticos de que isso venha a dar certo. A Conab compra produtos que já têm capacidade de escoamento limitada”, afirmou Lobo, ressaltando a necessidade de soluções urgentes para o setor.
Perspectivas e desafios futuros
O setor de pesca e agricultura demanda ações rápidas, como a criação de uma linha de crédito de juros baixos para pagar dívidas e manter empregos, além da inclusão no programa Reintegra Exportação, que devolve 3% do valor embarcado em exportações.
Ao mesmo tempo, o setor questiona a viabilidade de vender espécies como atum, pargo e lagosta no mercado interno, já que os hábitos de consumo brasileiro diferem do mercado americano e muitas espécies não têm demanda local significativa.
“Precisamos de soluções concretas nos próximos dias, não em um mês. O setor não pode esperar”, alertou Lobo, reforçando a prioridade de ações de curto prazo para evitar o colapso econômico.
Estima-se que o impacto do tarifaço ultrapasse R$ 1 bilhão, afetando principalmente setores de carnes, pescados, frutas e produtos de alto valor agregado exportados para os EUA, conforme apontam análises do setor privado e órgãos oficiais.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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