Governo brasileiro tenta negociar suspensão de tarifa de 50% com os EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta quinta-feira que o governo Lula prioriza estabelecer uma interlocução com os Estados Unidos para negociar a suspensão da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados, que entra em vigor em 1º de agosto. A medida foi anunciada pelo governo americano e tem causado preocupação no setor exportador brasileiro.

Esforços diplomáticos para suspender tarifa de 50%

Haddad explicou que o primeiro passo do governo brasileiro é tentar uma conversa direta com Washington, especialmente envolvendo representantes ligados ao governo americano que têm interesse na negociação. “A primeira medida que estamos tomando é buscar diálogo com o governo dos EUA, inclusive com brasileiros ligados ao presidente Trump que atuam nos Estados Unidos”, afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia.

Segundo o ministro, o Brasil finalizou um plano de apoio aos setores que podem ser afetados pelo tarifaço e deverá apresentá-lo ao presidente Lula na próxima semana. “Tem propostas de todo tipo, inclusive linhas de crédito, que serão submetidas ao presidente para a decisão final”, revelou Haddad.

Reação às tarifas e negociações pendentes

O governo brasileiro aguarda retorno dos EUA a uma carta enviada em maio, na qual detalhava pontos a serem negociados após a tarifa de Trump, de 10%, aplicada inicialmente. “Reiteramos as propostas enviadas em maio, destacando os pontos de negociação e mostrando que estamos abertos ao diálogo. Contudo, é preciso sentar à mesa para que essas discussões ocorram”, afirmou Haddad.

Resposta às críticas e avanços nas negociações

Haddad também comentou a questão do sistema de pagamentos Pix, defendendo que a tecnologia brasileira é superior à desenvolvida nos EUA. “O Pix foi criado pelo Estado brasileiro e é uma tecnologia melhor que a deles, sem fins lucrativos. Não estamos cobrando por ela”, destacou.

Interesse dos EUA por minerais estratégicos

O governo americano demonstrou interesse em firmar acordos de aquisição de minerais críticos e estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras, durante reunião na quarta-feira com representantes do setor de mineração brasileiro. Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Brasília, afirmou que a decisão de negociar esses recursos cabe ao governo brasileiro, uma vez que esses minerais são bens da União.

Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), ressaltou que qualquer negociação deve ser decidida pelo Brasil, e não pelos empresários do setor. “Deixamos claro que o tema é do interesse do governo, e todas as decisões cabem às autoridades brasileiras”, afirmou.

Negociações e expectativas

O vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável pelas negociações com os EUA, acompanha de perto o desenvolvimento das conversas, especialmente para evitar a sobretaxa de 50% prevista para agosto. Haddad destacou que as informações estão concentradas na Casa Branca, e que o governo brasileiro ainda tenta avançar nas negociações, embora tenha recebido poucas respostas até o momento.

Ao serem questionados sobre sinais de recuo por parte dos EUA, Haddad afirmou que o Brasil mantém o esforço de contato, mas as informações ainda estão centralizadas na Casa Branca. “Queremos negociar, mas é preciso que haja vontade recíproca”, completou.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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