França pede adiamento na assinatura do acordo UE-Mercosul
Neste domingo (14), o governo francês pediu oficialmente à União Europeia que adie os prazos para a assinatura do tratado de livre comércio com o Mercosul, alegando que “as condições não estão dadas” para uma votação favorável. A medida visa garantir a proteção da agricultura europeia, especialmente a dos produtores franceses.
França busca proteger sua agricultura
Segundo o gabinete do primeiro-ministro, Sebastien Lecornu, “a França solicita que se adiem os prazos de dezembro para continuar o trabalho e obter as medidas de proteção legítimas de nossa agricultura europeia”. O governo francês teme que o acordo permita uma inundação do mercado com produtos agrícolas do Mercosul, considerados mais competitivos.
Perspectivas na União Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deseja assinar o tratado durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu no próximo sábado, com o aval dos Estados-membros previsto entre terça e sexta-feira desta semana. Contudo, a França lidera o grupo de países europeus relutantes em fechar o acordo, por preocupações com o impacto sobre a agricultura local.
Medidas de salvaguarda e negociações
Antes de decidir, os países da UE aguardam o resultado de uma votação do Parlamento Europeu na terça-feira sobre medidas de salvaguarda destinadas a tranquilizar os agricultores, sobretudo os franceses, que se opõem ao tratado. Além disso, a Comissão Europeia anunciou um mecanismo de “monitoramento reforçado” para produtos agrícolas como carne bovina, aves, arroz e etanol, com possibilidade de intervenção no mercado em caso de desestabilização.
Condicionalidades e condições da França
O ministro de Economia e Finanças da França, Roland Lescure, afirmou que, em seu formato atual, o tratado “não é aceitável”. Para aprová-lo, a França exige uma “cláusula de proteção forte e eficaz”, a aplicação das normas de produção europeias aos países parceiros e controles rigorosos na importação, condições essenciais antes de dar o seu sinal verde.
Contexto do acordo
O tratado de livre comércio pretende favorecer exportações europeias de automóveis, máquinas e vinhos ao Mercosul, enquanto facilita a entrada de carne, açúcar, soja e arroz sul-americanos na Europa. Os agricultores franceses temem uma concorrência desleal, devido à maior competitividade dos produtos do Mercosul.
Implicações econômicas e sociais
Se assinado, o acordo criaria um mercado comum de aproximadamente 722 milhões de habitantes. Caso rejeitado, os debates no bloco europeu devem continuar, refletindo a tensão entre interesses econômicos e a proteção agrícola dos países membros.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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