Fim de acesso à biblioteca binacional na fronteira entre Canadá e EUA
Em uma mudança decisiva na fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, o governo de Donald Trump proibiu o acesso de canadenses à biblioteca pública binacional em Derby Line, Vermont, encerrando décadas de convivência e solidariedade entre as duas nações.
Encerramento do acesso à Biblioteca Haskell
A Biblioteca Pública Haskell, localizada na fronteira do Quebec com Vermont, permitia o livre acesso canadense sem passar pela alfândega até março de 2025, quando o governo Trump cancelou essa permissão, alegando a necessidade de garantir “uma segurança de fronteira de 100%”.
Sylvie Boudreau, presidente do conselho da biblioteca, afirmou: “É o fim de uma era. Quando o anúncio foi feito, houve muita irritação dos dois lados”. A relação, que já tinha sido afetada por controles mais rígidos após os atentados de 11 de setembro e pelas restrições sanitárias durante a pandemia, sofreu um golpe importante com essa decisão.
Impacto na relação bilateral e na rotina dos moradores
A decisão do governo americano também proibiu os canadenses de utilizarem os poucos metros de calçada em território dos Estados Unidos que davam acesso à biblioteca, citando “aumento contínuo da atividade transfronteiriça ilícita”.
Moradores da região, como Jonas Horsky, um franco-americano de 41 anos, sentiram a mudança: “Sempre estivemos unidos, sempre nos visitamos, mas agora levamos nosso passaporte conosco. Antes não era assim”.
Reações e expectativas
Para Erica Masotto, funcionária do Stanstead College, a medida é “estranha”, especialmente por atravessar uma porta que antes funcionava como saída de emergência — um símbolo das antigas relações de confiança. “Por que essa desconfiança repentina?”, questiona.
Apesar do clima de tensão, muitos residentes mantêm a esperança de que a situação seja temporária. Marc Samson, aposentado de Derby Line, comenta: “Imagino que, se o governo mudar do outro lado, tudo voltará ao normal”.
Contexto político e futuro das relações
Esse episódio ocorre em meio ao aprofundamento das divergências entre Washington e Ottawa, que já inclui ameaças de tarifas e cortes na produção de veículos no Canadá, além de discursos de que as relações “nunca mais serão as mesmas”, segundo o primeiro-ministro canadense, Mark Carney.
Carney afirmou que o Canadá está preparado para retomar as negociações assim que os Estados Unidos demonstrarem disposição, evidenciando o caráter de rotina instável na política de Trump — que, na semana passada, suspendeu negociações comerciais com o Canadá após declarações do presidente na época, Ronald Reagan.
Impacto na vida cotidiana dos canadenses
A mudança na biblioteca reflete-se na rotina dos moradores da fronteira: uma redução significativa nas visitas aos Estados Unidos e uma sensação de perda de confiança, mesmo com o sentimento de que a ruptura seja apenas temporária. Segundo estatísticas canadenses, houve uma “diminuição acentuada” nas viagens internacionais desde o endurecimento das políticas.
Marc Samson reforça: “Eu não vamos mais aos Estados Unidos — embora o país esteja tão perto”. Ele também observa que o sentimento de união e amizade entre as comunidades permaneceu forte, apesar das dificuldades.
Para Sylvie, a biblioteca representa algo maior que a simples presença física do prédio: “Em termos de pessoas, amizade, de união, tudo se fortaleceu com o que aconteceu”.
Para mais detalhes, acesse o artigo completo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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