Federações de petroleiros divergem sobre fim da greve na Petrobras
As duas principais federações que representam os sindicatos de trabalhadores da Petrobras não conseguem chegar a um consenso sobre o futuro da greve, que já dura nove dias nesta terça-feira (23). Enquanto a Federação Única dos Petroleiros (FUP) planeja encerrar a paralisação, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) defende a manutenção do movimento grevista.
Divisão entre federações afeta prolongamento ou encerramento da greve
A FUP, responsável por 105,4 mil trabalhadores, comunicou na noite de segunda-feira (22) que aprovou a aceitação da contraproposta apresentada pela Petrobras e que recomendaria o fim da greve. Segundo a federação, os avanços conquistados incluem garantias contra punições aos grevistas, abono de 50% dos dias parados e possibilidade de banco de horas para os demais.
“A greve garantiu avanços econômicos, sociais e estruturais no Acordo Coletivo de Trabalho, como reajustes nos vales alimentação e refeição, criação de auxílio mensal, além da redução de custos de transporte para os trabalhadores”, destacou a FUP, que representa 14 sindicatos. As unidades que permanecem em greve continuam paradas até a realização de novas assembleias locais, conforme calendário dos sindicatos.
Na manhã desta terça-feira (23), os petroleiros da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, aprovaram por 89% dos votos a suspensão do movimento, indicando preferência por encerrar a greve.
FNP mantém posição contrária e reforça continuidade da greve
Por outro lado, a FNP, que reúne 26 mil funcionários por meio de quatro sindicatos, considera as concessões da Petrobras insuficientes. Na tarde de hoje, uma assembleia decidiu por manter a paralisação, considerando que as propostas apresentadas não atendem às reivindicações.
O secretário-geral da FNP, Eduardo Henrique Soares da Costa, afirmou à Agência Brasil que uma nova assembleia será realizada após o dia 26 para avaliar possíveis novas deliberações. “Seguimos rejeitando as propostas e a greve continua forte”, afirmou.
Nas redes sociais, a federação reforça que “as assembleias dos grevistas são soberanas” e reforçam a autonomia dos sindicatos para decidir sobre a continuidade ou encerramento do movimento.
Reivindicações e desdobramentos da greve
Durante o impasse, a greve atingiu nove refinarias, 28 plataformas marítimas, 16 terminais, além de usinas de biodiesel e instalações terrestres. Entre as principais reivindicações estão melhorias no plano de cargos e salários, uma solução para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros e a manutenção da Petrobras como empresa pública, defendida pelo movimento na pauta Brasil Soberano.
A diretoria da Petrobras afirmou, na segunda-feira, que encaminhou uma carta compromisso aos sindicatos, indicando que uma solução definitiva pode levar até oito meses para ser implementada, especialmente no que diz respeito ao PEDs.
Resposta da Petrobras e impacto na produção
Em nota oficial, a Petrobras ressaltou que apresentou ajustes na proposta de acordo na última semana, buscando avanços e demonstrando compromisso com o entendimento da categoria. A estatal garantiu que a greve não afetou a produção e que o abastecimento ao mercado permanece regular, com equipes de contingência mobilizadas se necessário.
A empresa reforçou ainda que respeita o direito de manifestação dos trabalhadores e mantém aberto o diálogo com os sindicatos.
Mais informações podem ser acessadas no site da Agência Brasil.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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