Família internada após consumir planta tóxica em Patrocínio
Uma família de Patrocínio, no Alto Paranaíba, passou mal após consumir uma planta tóxica conhecida como Nicotiana glauca, popularmente chamada de ‘falsa couve’, durante um almoço na última quarta-feira (8). Quatro pessoas, entre elas duas idosas e uma criança, foram internadas em estado grave na Santa Casa da cidade, após apresentarem parada cardiorrespiratória.
Diferenças físicas da planta tóxica e recomendações de prevenção
Conforme a professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Nicotiana glauca possui características distintas da couve verdadeira, embora a confusão seja comum. “As folhas da falsa couve são mais finas, de textura aveludada e possuem coloração verde-acinzentada. A couve comum, por sua vez, tem folhas mais grossas e nervuras bem marcadas”, explicou.
A especialista alertou que a melhor forma de evitar intoxicações é não consumir plantas que não tenham procedência confirmada. “Essas diferenças só se tornam evidentes quando as plantas estão lado a lado. Sem essa comparação, a identificação fica bastante difícil”, reforçou Danuello.
Perigos da Nicotiana glauca e fatores que influenciam a toxicidade
A Nicotiana glauca, também conhecida como charuteira ou tabaco-arbóreo, contém uma substância tóxica chamada anabazina, um alcaloide que pode causar paralisia muscular, respiratória e até levar à morte. A forma de preparo da planta também interfere na gravidade dos efeitos. Consumida crua ou cozida, a quantidade de substância tóxica varia, aumentando o risco de intoxicação grave.
De acordo com a professora Amanda Danuello, não há antídoto específico para intoxicação causada pela planta. Ela orienta que, em casos de ingestão, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente, pois quanto mais rápido o socorro, maiores as chances de evitar complicações graves.
Casos de intoxicação na família e ações de emergência
Os quatro integrantes da família, incluindo uma mulher de 37 anos, um homem de 60 anos e dois de 67 anos, foram hospitalizados após apresentarem parada cardiorrespiratória. Um dos homens de 67 anos recebeu alta na quinta-feira (9), sem necessidade de intubação. Os demais permanecem sob cuidados na Unidade de Terapia Intensiva, em estado grave, intubados e em coma induzido.
Além disso, uma criança de 2 anos foi hospitalizada apenas para observação, pois não consumiu a planta. A planta foi colhida na própria chácara da família e enviada para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para confirmar a espécie e verificar a presença de substâncias tóxicas.
Investigação e respostas das autoridades
Segundo informações da Polícia Militar, o material coletado será analisado para identificar a espécie exata e avaliar a quantidade de alcaloides presentes. Um inquérito foi instaurado para apurar as causas do envenenamento, que é considerado acidental.
A Secretaria de Saúde de Patrocínio acompanha o caso de perto. A secretária Luciana Rocha destacou a rápida atuação da Vigilância Sanitária e dos serviços de emergência. “Nossa equipe agiu imediatamente, mas, infelizmente, as vítimas ainda permanecem em estado grave”, afirmou.
Recomendações finais e cuidados com plantas tóxicas
Especialistas recomendam atenção às plantas coletadas em áreas rurais ou às margens de estradas. Como a Nicotiana glauca é comum nesse contexto, especialmente por sua aparência semelhante a hortaliças com folhas finas e textura aveludada, a identificação correta é fundamental. Caso haja dúvida quanto à procedência ou à espécie, o mais seguro é não consumir.
Para casos de ingestão, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde, pois o tratamento precoce pode prevenir complicações sérias ou até fatais.
Para mais detalhes sobre as diferenças físicas entre a falsa e a verdadeira couve, confira a reportagem completa no g1 Triângulo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
Share this content:
Publicar comentário