Ex-executivo processa Meta por falhas de segurança no WhatsApp
Um ex-chefe de segurança do WhatsApp, Attaullah Baig, entrou com uma ação federal em São Francisco contra a Meta, controladora do aplicativo, alegando violações sistemáticas em segurança cibernética e retaliações após relatar essas falhas. A denúncia aponta que cerca de 1.500 engenheiros tinham acesso irrestrito aos dados de usuários sem supervisão adequada, possivelmente violando uma ordem do governo dos EUA de 2020, que resultou em uma multa de US$ 5 bilhões (aproximadamente R$ 27 bilhões) à empresa.
Acusação de falhas na segurança e retaliações
De acordo com a denúncia de 115 páginas, Baig descobriu, por meio de testes internos, que os engenheiros do WhatsApp podiam “mover ou roubar dados de usuários” — incluindo contatos, endereços IP e fotos — sem qualquer detecção ou trilha de auditoria. Ele afirma que reiteradamente alertou executivos, como o chefe do WhatsApp, Will Cathcart, e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, mas suas preocupações foram ignoradas ou minimizadas.
Respostas da Meta
A Meta negou as alegações e declarou que Baig foi demitido por baixo desempenho, destacando que vários engenheiros seniores validaram que seu trabalho não atendia às expectativas. Em nota, o vice-presidente de comunicações do WhatsApp, Carl Woog, afirmou que a empresa se orgulha de sua história de proteção de privacidade e classificou as alegações como distorcidas, além de criticar a narrativa de retaliação.
Implicações e contexto regulatório
Baig alega que enfrentou retaliações crescentes após seus relatos, incluindo avaliações negativas e advertências verbais, culminando na demissão em fevereiro de 2025. O processo também afirma que a Meta bloqueou a implementação de recursos fundamentais à segurança, priorizando crescimento de usuários em detrimento da proteção de dados de cerca de 100 mil usuários do WhatsApp diariamente.
A denúncia ressalta que a administração de segurança da empresa foi otimista na proteção de privacidade, mas que, na prática, houve negligência com falhas críticas. A ação busca reintegração, pagamento de salários atrasados, danos compensatórios e possíveis medidas regulatórias contra a Meta.
Repercussões e debates
Este caso se soma às diversas críticas às práticas de proteção de dados da Meta, que já enfrentou escândalos públicos, incluindo o caso Cambridge Analytica. O episódio reforça o debate sobre a vigilância digital, a segurança de plataformas que atendem bilhões de usuários e o cumprimento das regulações internacionais de privacidade.
Especialistas destacam que denúncias como essa podem intensificar a pressão sobre a Meta e outras empresas de tecnologia em relação às práticas de segurança e transparência, além de reforçar o papel regulatório de órgãos federais em diferentes países.
Para saber mais detalhes sobre o caso, acesse a matéria completa.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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