Ex-diretor financeiro da Ambipar pede buscas por documentos na Justiça
A defesa do ex-diretor financeiro da Ambipar, João Arruda, entrou com pedido de busca e apreensão na Justiça de São Paulo na última semana, visando reunir documentos que possam provar irregularidades na gestão do grupo de gestão ambiental. A iniciativa ocorre em meio à crescente crise que levou a empresa a solicitar recuperação judicial e proteção contra credores.
Crise na Ambipar e implicações pelo ex-diretor
Arruda tem sido apontado pela ambipar como responsável pela crise financeira que se agravou após a companhia solicitar proteção judicial contra execuções de credores. A ação judicial busca identificar possíveis movimentações internas que tenham levado à assinatura de um aditivo ao contrato de derivativos com o Deutsche Bank, ligado a uma dívida de até R$ 10 bilhões.
Justiça reconhece Rio de Janeiro para processo de recuperação
Recentemente, a Justiça reconheceu o foro do Rio de Janeiro para julgar o processo de recuperação judicial da Ambipar, aprofundando o impacto da crise na estrutura jurídica da companhia (veja mais).
Implicações de investigações e denúncias
Além do pedido de recuperação judicial, a Ambipar abriu um inquérito policial em São Paulo contra Arruda, sob suspeitas de falsidade ideológica, fraude, abuso na administração e estelionato, instaurado em 14 de outubro. Segundo a empresa, as ações visam apurar negociações financeiras realizadas sem a aprovação do conselho de administração, especialmente relativas ao contrato de derivativos transferido do Bank of America para o Deutsche Bank.
Pedido de buscas e apreensão
O pedido de Arruda busca a apreensão de documentos na sede da companhia para esclarecer as negociações internas que resultaram na assinatura do aditivo ao contrato de derivativos, além de identificar possíveis participantes que tenham se omitido ou praticado irregularidades. A defesa do ex-diretor sustenta que há risco de destruição de provas e que a medida visa garantir transparência na apuração.
Perfil e atuações de João Arruda
João Arruda, que atuou no Bank of America antes de assumir a diretoria na Ambipar em agosto de 2024, foi responsável pela transferência do contrato de derivativos do banco americano para o Deutsche Bank, além de participar de negociações que levantam suspeitas na petição judicial. Segundo defesa, a companhia tenta responsabilizá-lo de forma injusta, minimizando a atuação de seus reais controladores e executivos, como Tércio Borlenghi Júnior, atual CEO.
Críticas e controvérsias
A defesa de Arruda argumenta que a Ambipar busca transformar o ex-diretor em bode expiatório da crise, alegando má-fé por parte da companhia e responsabilizando outros membros da administração. As movimentações financeiras envolvendo um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), administrado por Guilherme Borlenghi, também são questionadas por não terem sido submetidas ao conselho de administração ou ao comitê de auditoria.
Ruptura e renúncia
Em setembro, Arruda anunciou sua saída da Ambipar, alegando falta de transparência e dificuldades na gestão de operações relevantes, além de questionamentos de bancos e agências de classificação de risco (veja a carta de renúncia). A decisão foi motivada, segundo ele, por irregularidades na condução dos negócios, incluindo negociações paralelas com bancos sem o seu conhecimento.
Posição oficial da Ambipar
Até o momento, a empresa não se pronunciou oficialmente sobre o pedido de buscas apresentado por Arruda. Os próximos passos dependem das decisões da Justiça, que irá avaliar a admissibilidade da solicitação de provas e a continuidade das investigações.
Para mais detalhes sobre a crise na Ambipar e as ações judiciais, acesse esta reportagem.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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