EUA têm pior resultado de emprego desde a pandemia, Trump culpa juros do Federal Reserve
A economia dos Estados Unidos registrou durante julho a criação de apenas 73 mil novas vagas de emprego, um resultado inferior às expectativas do mercado, que eram de 110 mil. Além disso, os dados revisaram para baixo os números anteriores de dois meses, indicando uma desaceleração drástica na geração de empregos no país.
Pior desempenho desde 2020 e reação de Trump
Nos últimos três meses, os EUA criaram apenas 35 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola, o pior resultado trimestral desde o auge da pandemia de Covid-19 em 2020. Após a divulgação, o ex-presidente Donald Trump utilizou suas redes sociais para criticar duramente o atual presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
“Tarde demais e insuficiente! Powell é um desastre. CORTEM OS JUROS!”, publicou Trump na sua rede social, refletindo sua insatisfação com a política de juros do banco central.
Acusações de Trump e cenário econômico
Desde o início de seu mandato, Trump tem reiterado acusações contra Powell, afirmando que as altas taxas de juros estão prejudicando a economia dos EUA. O último corte de juros realizado pelo Fed ocorreu em dezembro passado, antes de Trump deixar oficialmente o cargo, e desde então o ex-presidente vem pedindo a redução das taxas.
Analistas destacam que a principal causa da baixa criação de vagas é a incerteza econômica agravada pelo tarifão implementado pelo ex-presidente. “As rachaduras no mercado de trabalho se ampliaram de forma substancial e aumentam a pressão pelo recuo nas taxas de juros”, afirmou Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide.
Desafios no mercado de trabalho e sinais de enfraquecimento
Dados recentes indicam uma piora geral na situação do mercado de trabalho norte-americano. Além do ritmo lento na geração de empregos, é mais difícil para os desempregados encontrarem novas oportunidades, enquanto os salários praticamente estagnaram, com aumento de apenas 12 centavos (0,3%) em relação ao ano anterior.
Também há impacto nos gastos do governo, que cortou vagas por seis meses consecutivos. Regiões com forte presença de empregos públicos, incluindo Washington, têm apresentado aumento nas taxas de desemprego. Cortes também afetaram universidades e organizações sem fins lucrativos que dependem de financiamento federal.
Durante a semana, sinais convincentes de que a economia poderia estar perdendo força emergiram, incluindo dados que mostram a estagnação na luta contra a inflação. O Federal Reserve decidiu manter as taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva, apesar de pressões internas por cortes, sob a alegação de cautela frente aos riscos inflacionários.
Perspectivas futuras e atenção do Fed
O presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltou que o mercado de trabalho ainda permanece sólido, mas que o banco central continuará vigilante no controle da inflação, especialmente devido às novas tarifas anunciadas por Trump. Os formuladores de política monetária acompanham de perto o impacto na oferta e demanda por trabalho, com o salário médio por hora crescendo 3,9% em relação ao ano anterior.
Segundo Veronica Clark, economista do Citi, se o Fed tivesse acesso aos dados mais recentes antes da reunião de quarta-feira, provavelmente teria reduzido as taxas na ocasião. “Certamente parece que, se esses números fossem conhecidos antes, as decisões teriam sido diferentes”, afirmou.
Para mais detalhes sobre o cenário do mercado de trabalho nos EUA, veja a matéria completa no O Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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