EUA apreendem petroleiro venezuelano na costa da Venezuela

Nesta quarta-feira, as autoridades americanas apreenderam o petroleiro Skipper, na costa da Venezuela, em uma ação que faz parte da campanha de pressão dos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro. A embarcação, que transportava petróleo da estatal venezuelana PDVSA, foi capturada por suspeitas de envolvimento em atividades ilegais e sanções internacionais.

Detalhes do petroleiro apreendido pelos EUA

Construído em 2005, o petroleiro Skipper possui 333 metros de comprimento e 60 metros de largura, sendo um dos maiores em operação no transporte de óleo. Segundo registros da Organização Marítima Internacional, seu IMO é 9304667. A embarcação, que já esteve associada ao contrabando de petróleo iraniano, navegava sob bandeira da Guiana, embora não estivesse registrada oficialmente no país, indicam análises de navegação.

Imagens de satélite sugerem que o navio tentou ocultar sua localização, transmitindo dados falsificados. O site TankerTrackers.com revelou que o Skipper realizou várias viagens ao Irã e à Venezuela nos últimos dois anos, transportando petróleo de países alvo de sanções americanas. A embarcação também foi vinculada, anteriormente, a redes de contrabando ligadas ao Irã e ao Hezbollah, organizações sob sanções dos EUA.

Contexto e implicações da apreensão

O governo americano afirma que o navio transportava petróleo sancionado tanto da Venezuela quanto do Irã, países considerados patrocinadores do terrorismo pelos Estados Unidos. A operação foi conduzida por uma força-tarefa que contou com o apoio do FBI, Departamento de Segurança Interna, Guarda Costeira e o Pentágono. Segundo a procuradora-geral Pam Bondi, agentes desceram de helicópteros com uso de rapel para abordar a embarcação.

Na divulgação do vídeo da operação, Bondi destacou que o navio transportava “petróleo sancionado” e que o governo dos EUA busca uma base legal para confiscar a carga. Ainda não há definição sobre o destino do petróleo apreendido, mas o ex-secretário de Estado, Edward Fishman, observa que as ações de apreensão têm ocorrido principalmente em virtude do histórico do navio de financiar grupos ligados ao Irã, como a Guarda Revolucionária.

Sanções e relações internacionais

Na turbulência da política internacional, o navio já foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos EUA em 2022 por fazer parte de uma rede transnacional de contrabando de petróleo visando apoiar o Hezbollah e a Força Quds, do Irã. Nos anos recentes, o Irã vem negociando petróleo com a Síria e a China, escapando de sanções norte-americanas, o que reforça a estratégia de cadeia de suprimentos clandestina.

A apreensão ocorre em meio a uma forte pressão dos Estados Unidos contra o regime de Maduro na Venezuela, que depende do petróleo para financiamento de sua economia e importações essenciais. Dados indicam que cerca de 80% do petróleo venezuelano é vendido à China atualmente, enquanto os EUA ainda realizam importações residuais, embora tenham reduzido significativamente suas compras ao longo do tempo devido às tensões políticas.

Futuro da carga e possíveis ações

As autoridades americanas ainda não anunciaram o destino exato do petróleo apreendido. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, há um processo legal em andamento para o confisco da carga. Donald Trump, ex-presidente e atual identificado pela imprensa como apoiador de medidas mais duras contra Maduro, afirmou que “o governo ficará com o petróleo”.

Além do impacto econômico para a Venezuela, a ação reafirma a intenção dos Estados Unidos de pressionar o regime chavista, em um momento de tensões crescentes na região. Especialistas destacam que o combate ao contrabando e ao financiamento de organizações terroristas continua sendo uma prioridade na política externa norte-americana.

Mais operações de apreensão de navios com petróleo venezuelano são previstas, indicando uma intensificação das ações de fiscalização e sanções contra os fluxos de petróleo que violam as regulações dos EUA. A tensão na fronteira marítima entre Caracas e Washington deve permanecer elevada nos próximos meses.

[Fonte: O Globo](https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/12/12/skipper-como-e-o-petroleiro-apreendido-pelos-eua-na-costa-da-venezuela.ghtml)

Com informações do Jornal Diário do Povo

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