EUA ameaçam retaliar UE por regulamentações digitais e imposto a empresas americanas

Os Estados Unidos, através do Escritório do Representante de Comércio (USTR), ameaçaram retaliar a União Europeia caso o bloco continue avançando com regulamentações e impostos sobre empresas de tecnologia americanas, como Google, Meta e Amazon. A postura ocorre em meio a uma disputa crescente por questões tributárias e comerciais no setor digital, e aumenta as tensões no contexto de negociações globais e diplomáticas.

Retaliações e restrições de ações americanas contra a UE

“Se a UE e os Estados-membros insistirem em restringir a competitividade dos prestadores de serviços dos EUA por meios discriminatórios, os Estados Unidos usarão todas as ferramentas disponíveis para combater essas medidas injustificáveis”, afirmou o USTR nesta terça-feira, em comunicado publicado nas redes sociais. Entre as possíveis ações estão tarifas e restrições a serviços estrangeiros, incluídas na legislação vigente, que podem ser empregadas caso as negociações valorizem uma postura mais dura.

O órgão também citou empresas europeias como DHL, SAP, Amadeus, Capgemini, Publicis Groupe e Mistral AI, que, segundo o USTR, conquistaram acesso irrestrito ao mercado norte-americano por anos, beneficiando-se de um ambiente de livre comércio digital que estaria sendo desconsiderado pelos regulamentos europeus atuais.

Regulamentações de comércio digital e desigualdades

A controvérsia envolve as regras que a União Europeia está implementando para tributar e regulamentar gigantes da tecnologia dos EUA, incluindo ações contra a Apple, Meta e X (antiga Twitter). Críticos das medidas europeias argumentam que elas podem desacelerar a inovação tecnológica globalmente e representam uma cobrança injusta, enquanto a UE defende que busca proteger sua soberania digital. Segundo o comissário de Comércio Maros Sefcovic, o bloco “vai proteger sua soberania tecnológica” e mantém contato permanente com autoridades americanas para evitar conflitos maiores.

Contexto político e tensões diplomáticas

Essa escalada ocorre em um momento de forte tensão nas relações entre os EUA e a UE, agravada pela crítica do ex-presidente Donald Trump, que chamou a União de “grupo de nações em decadência” e acusou o bloco de implementar tarifas que prejudicam empresas americanas. Trump impôs tarifas sobre importações europeias e criticou os impostos digitais, alegando que eles representam barreiras comerciais injustas. Além disso, o governo dos EUA acusou a UE de desrespeitar acordos comerciais, especialmente o compromisso de evitar barreiras ao comércio digital.

Ao mesmo tempo, a UE realizou multas milionárias contra empresas como Apple e Meta, reafirmando sua postura de proteger sua soberania tecnológica. O comissário Sefcovic destacou que o bloco mantém diálogo constante com os EUA para evitar um conflito maior, embora o USTR acredite que a União ignore as objeções norte-americanas, continuando com ações que prejudicam empresas americanas e investimentos.

Cenário econômico e possíveis desdobramentos

O conflito de interesses eleva a possibilidade de uma escalada, com o risco de impactos não só para as empresas dos dois lados, mas também para o comércio global. Os EUA ameaçam aplicar tarifas caso a UE continue com suas regulações e taxas, e há a possibilidade de novos acordos para tratar de empresas específicas dentro do marco do imposto mínimo global, que recentemente avançou entre os dois países.

Segundo o USTR, a disputa pode abrir precedentes que influenciarão outros países, como Reino Unido e Austrália, que também avaliam políticas semelhantes às europeias em relação ao setor digital. A tensão entre as potências reforça a complexidade das negociações internacionais na era digital, com implicações globais para políticas, comércio e inovação tecnológica.

Mais detalhes sobre esse conflito podem ser consultados na matéria original do O Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

Share this content:

Publicar comentário