EMS prepara concorrente ao Ozempic com lançamento de canetas emagrecedoras
A EMS, uma das maiores farmacêuticas do Brasil e pioneira na introdução de medicamentos emagrecedores e contra diabetes de fabricação nacional, anunciou planos de lançar um concorrente ao revolucionário Ozempic, produzido pela Novo Nordisk. A intenção é ampliar sua presença na crescente categoria de tratamentos à base de peptídeos, utilizando uma tecnologia própria baseada na semaglutida, cujo registro de patente cairá no próximo ano.
Canetas emagrecedoras: demanda e planos de expansão
Segundo Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS, a demanda pelas canetas emagrecedoras está 20% acima das expectativas. Ele destacou que o mercado de diabetes e obesidade tende a crescer, impulsionando a aceitação do produto. “Estamos oferecendo um medicamento inovador com enorme demanda reprimida”, afirmou Sanchez. O tíquete médio da venda é de cerca de R$ 300, e a expectativa é que a receita gerada por essas canetas atinja até R$ 120 milhões em 2026, dentro do faturamento total de aproximadamente R$ 7,5 bilhões da farmacêutica.
Investimento em tecnologia e inovação no setor de peptídeos
Para Sanchez, essas canetas representam a porta de entrada para uma plataforma tecnológica de peptídeos, uma área em que a EMS aposta forte há mais de uma década. “Investimos R$ 1,2 bilhão nessa tecnologia, que já está na sua terceira geração, além de diabetes e obesidade”, explicou. Segundo ele, os peptídeos são considerados revolucionários por serem mais assertivos e precisos, além de exigirem menos aplicações, comparando-os a míssiles teleguiados contra problemas de saúde.
Novos lançamentos e expansão da plataforma
A EMS está protocolando na Anvisa o pedido para lançar semaglutida, uma molécula de maior impacto na categoria, prevista para meados de 2026, quando a patente do princípio ativo vencer. O objetivo é fortalecer ainda mais sua plataforma de inovação, atualmente única no Brasil, que já conta com o processamento de sete pedidos de liraglutida e doze de semaglutida na Anvisa.
Disputa legal e patentes
A discussão sobre as patentes é uma das questões mais acirradas envolvendo a EMS e a Novo Nordisk. A empresa brasileira enfrenta ações judiciais movidas pela concorrente, que busca ampliar a extensão das patentes de Ozempic e da tecnologia de liraglutida. Sanchez critica a postura, afirmando que a Novo Nordisk tenta criar “fatoides” e movimentações judiciais para prolongar seus direitos de exclusividade, apesar de o Supremo Tribunal Federal ter declarado em 2021 a inconstitucionalidade do artigo que permitia essa extensão.
Em nota enviada à coluna, a Novo Nordisk afirmou que seu pleito busca apenas “recompor um direito” e que há uma demora excessiva do INPI na concessão dessas patentes, o que impacta o mercado de inovação no Brasil.
Perspectivas e impacto da estratégia da EMS
Sanchez reforça que a EMS não está sozinha na corrida pela liraglutida e semaglutida, já que há sete pedidos de liraglutida e doze de semaglutida protocolados na Anvisa. No entanto, a empresa lidera o desenvolvimento com sua plataforma proprietária, o que a posiciona como uma protagonista na inovação do setor no Brasil, mesmo com um orçamento significativamente menor que os concorrentes internacionais.
O avanço da EMS na tecnologia de peptídeos e o lançamento de canetas inovadoras indicam uma estratégia de crescimento que busca alterar o cenário de medicamentos para diabetes e obesidade, evidenciando uma movimentação importante na indústria farmacêutica nacional.
Para mais informações, acesse a reportagem completa.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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