Emprego nos EUA desacelera e reforça cautela do Fed

O relatório de emprego americano, conhecido como payroll, revelou a criação de 64 mil vagas em novembro, número acima das expectativas do mercado, que projetava cerca de 50 mil postos. Apesar do dado otimista, a taxa de desemprego subiu de 4,4% para 4,6%, movimento que chamou atenção de investidores e pode influenciar a política do Federal Reserve.

Desaceleração gradual do mercado de trabalho

Para Isadora Junqueira, economista da AZ Quest, os dados reforçam a percepção de uma desaceleração gradual na geração de empregos nos Estados Unidos. A média móvel de três meses do payroll está em 22 mil vagas e a de seis meses, em 17 mil, indicando um ritmo mais moderado de crescimento. Segundo ela, “não há sinais de uma deterioração abrupta, mas os números apontam para um esfriamento progressivo da atividade”.

Impacto nos juros e decisões do Fed

O Federal Reserve, que na sua última reunião em 10 de dezembro reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para uma faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, permanece cauteloso. A ata do Copom indica que o corte nos juros deve acontecer apenas em março de 2025, conforme afirma Roberto Padovani, economista do Banco Central. “A avaliação mais precisa virá com os números de dezembro”, acrescenta o especialista.

Indicadores de inflação e perspectivas futuras

Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, avalia que a economia americana passa por uma desaceleração sem sinais de deterioração mais aguda. “Isso mantém o Fed em uma postura cautelosa, aguardando novos dados antes de ajustar sua política monetária”, explica Boragini. Além disso, os dados de salários vieram melhores, reforçando a possibilidade de desaceleração na inflação dos serviços, ponto central nas próximas decisões do banco central.

Expectativas do mercado e próximas etapas

Para o Bradesco, uma avaliação mais detalhada ocorrerá quando forem publicados os números de dezembro. Até lá, o banco acredita que “permanece o ônus da prova” sobre a hipótese de que a desaceleração perdeu força, o que reforça a expectativa de uma postura mais dovish por parte do Fed.

Para conferir a análise completa, acesse o relatório completo.

Com informações do Jornal Diário do Povo