Empreendedores apostam em trends para viralizar, mas é preciso cautela
Nos últimos dias, quem acessa o TikTok ou Instagram certamente se deparou com vídeos usando gírias da geração Z, como “babadeiro”, “iconic” e “aesthetic”, em estratégias de marketing. Muitos empreendedores, desde comerciantes locais até grandes multinacionais, têm apostado nessas trends para viralizar, divulgar promoções e aumentar a clientela.
Uso de trends nas redes sociais impulsiona vendas
Um exemplo de sucesso vem de uma rede de drogarias em Iturama, Minas Gerais, que conquistou mais de 4,2 milhões de visualizações no TikTok com um vídeo em que Seu Antônio, um senhor carismático, divulga o comércio utilizando gírias da geração Z. Segundo Daniela Ferreira, proprietária da drogaria, após contratar um gestor de tráfego para atuar no Instagram e TikTok, o faturamento da loja cresceu 25% em seis meses.
Daniela explica que o conteúdo é adaptado a cada plataforma: vídeos engraçados e virais no TikTok, dicas e promoções no Instagram. A colaboradora Mel Mendes ganhou destaque ao produzir vídeos com humor e autenticidade, o que ajudou a atrair clientes de outras cidades.
Cuidados ao seguir as tendências
Apesar do impacto positivo, especialistas alertam que o uso de trends deve ser feito com cautela. Segundo João Finamor, professor de marketing digital da ESPM, é essencial respeitar direitos autorais, evitar humor ofensivo e não expor funcionários ou clientes sem consentimento. O intuito é criar conexão sem gerar riscos ou passar limites que possam prejudicar a imagem da marca.
Ele reforça que redes sociais são ferramentas de relacionamento, que ajudam na fidelização, divulgação e venda, mas que o conteúdo precisa estar alinhado aos valores da empresa e ao perfil do público. Além disso, é importante manter uma estratégia de conteúdo constante após o viral, para não perder engajamento.
O papel dos funcionários e influenciadores
O uso de funcionários nos vídeos deve ser autorizado por escrito, para evitar problemas trabalhistas ou questões de direito de imagem, conforme explica o advogado Maurício Corrêa da Veiga. Se os empregados não quiserem participar, os microinfluenciadores podem ser uma alternativa eficiente, especialmente no público da geração Z, que valoriza autenticidade e propósito social.
Segundo Tainá Alves, do Sebrae, é fundamental que as empresas tenham uma preparação adequada antes de investirem em tendências virais. A produção de conteúdo relevante e alinhado aos valores ajuda a consolidar o resultado e a fidelizar o público, que busca conteúdo autêntico, impacto social e propósito nas marcas.
Conclusão: equilíbrio entre criatividade e limites
Empreendedores que desejam aproveitar o potencial das trends precisam equilibrar criatividade e cautela. A adoção de humor e tendências pode gerar conexão emocional e aumento de visibilidade, mas sem perder de vista os limites éticos, legais e o respeito aos funcionários e clientes. Assim, as redes sociais continuam sendo uma poderosa ferramenta para o ciclo de relacionamento com o consumidor, desde a atração até a fidelização.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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