Eletronuclear busca R$ 2,4 bilhões para equilibrar suas finanças

Com a homologação de um acordo entre a União e a Axia (ex-Eletrobras) pelo STF, a Eletronuclear, responsável pelas usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, busca levantar R$ 2,4 bilhões até o início do próximo ano junto ao seu novo sócio, Âmbar Energia. Segundo o presidente interino da estatal, Alexandre Caporal, a expectativa é concluir o financiamento até fevereiro ou março.

Detalhes do financiamento e impacto no caixa da estatal

O financiamento será feito por meio da emissão de títulos de dívida, aportados pela Âmbar Energia, controlada pelo grupo J&F, e visa aliviar o caixa da Eletronuclear. No entanto, Caporal enfatiza que o recurso não resolverá de forma definitiva os desequilíbrios financeiros da estatal. “Este é um alívio momentâneo, mas não a solução definitiva”, afirmou ao GLOBO.

Prioridades e desafios futuros para a Eletronuclear

Apesar do aporte, a crise financeira da Eletronuclear permanece, em parte devido ao alto custo de manutenção do canteiro de Angra 3, iniciado há mais de 40 anos. A estatal realiza um pedido de R$ 1,4 bilhão ao Tesouro para evitar o colapso, mas essa injeção de recursos é considerada insuficiente para todas as necessidades. O projeto de Angra 3 enfrenta atrasos e uma estimativa do BNDES aponta que seriam necessários mais de R$ 30 bilhões para sua conclusão, considerando dívidas acumuladas.

Uso do fundo de desmonte e polêmicas

Caporal destaca que parte dos recursos do fundo destinado ao desmonte das usinas nucleares, que atualmente soma cerca de R$ 3 bilhões, poderia ser utilizado para reforçar o caixa da estatal. Segundo ele, há possibilidade de saque de até R$ 2 bilhões, mas a operação enfrenta resistência da recém-criada Agência Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), por questões de segurança e regulamentação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou que os recursos do fundo poderiam ser utilizados para evitar futuros aportes do Tesouro.

Perspectivas e próximas etapas

Após a homologação do acordo no STF, a Eletronuclear busca acelerar o processo de financiamento. Caporal reforça a necessidade de análise semanal de fluxo de caixa e cortes de custos, além da possibilidade de saque dos recursos do fundo de desmobilização, o que, na visão dele, seria uma solução “óbvia”. 

Conforme avaliação de especialistas, a obtenção do financiamento bilionário é vital, mas não suficiente, para solucionar a complexa situação da estatal, que enfrenta ainda problemas relacionados à retomada de Angra 3 e a necessidade de reequilibrar sua operação.

Para mais detalhes, consulte o fonte completa.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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